Especialistas preveem estabilização do mercado pecuário nos próximos 2 anos

  • Por Agencia EFE
  • 27/04/2015 17h13
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Ribeirão Preto (São Paulo), 27 abr (EFE).- Apesar da seca que assola grande parte do país e dos altos preços da carne na atualidade, a cadeia de produção e os valores no mercado pecuário devem se estabilizar nos próximos dois anos, segundo afirmaram nesta segunda-feira especialistas do setor.

“A partir de 2016 há uma expectativa de uma tendência que o mercado criador de gado volte ao normal”, declarou à Agência Efe o professor, agrônomo e economista Sergio de Zen, que participou do VI Seminário Confinatto, que reuniu produtores representantes de 30% da cadeia produtiva de gado no país.

O seminário antecedeu à Feira Internacional Agrícola Agrishow 2015, inaugurada hoje na cidade de Ribeirão Preto, a cerca de 322 quilômetros de São Paulo.

Zen comentou que os produtores esperam que as medidas econômicas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, bem aceitas pelo setor, tenham efeito nos próximos meses, com um cenário de baixos custos de produção que podem reduzir o preço final para o consumidor.

Para o especialista, o mercado está desequilibrado no maior exportador mundial de gado, que sofre por uma seca “fora do comum” e enfrenta uma oferta de carne menor que a do ano anterior.

Desde a adoção de novos critérios para a tabela de preços, que foi fixada em 2001 e varia por regiões, o Brasil passa agora pelo maior valor por arroba, que é na média de R$ 150.

No entanto, o presidente-executivo do grupo Agroceres, Fernando Pereira, advertiu que a alta dos preços seguirão ultrapassando a média histórica até 2017, um pouco mais que o previsto por Zen, como consequência do mercado internacional com produtores que também sofrem pelas secas.

Os Estados Unidos, explicou Pereira, lutam desde 2012 contra os efeitos da seca que aumentou os custos de produção dos grãos e se refletiu em uma diminuição do rebanho.

Por sua vez, o produtor Abel Leopoldino disse que, em seu caso, ele mantém hoje um “negócio mais rentável”, pois estava preparado para as altas dos preços do bezerro dentro de um ciclo de engorda e isso lhe deu “força” para a atividade.

Para Leopoldino, a desvalorização do real frente ao dólar – que chegou no primeiro trimestre a 20% – tem algo de “bom” e de “ruim” pelas altas remunerações ao exportar carne, por um lado, e pelo alto custo de insumos como o fosfato e o fósforo. EFE

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