Espião acusado de matar Litvinenko desiste de colaborar com investigação

  • Por Agencia EFE
  • 27/07/2015 09h21

Londres, 27 jul (EFE).- O ex-espião russo Dmitry Kovtun, acusado do assassinato em 2006 em Londres de seu antigo colega Alexander Litvinenko, cancelou nesta segunda-feira o depoimento que daria ao tribunal britânico que investiga este caso.

Em Moscou, Kovtun deporia hoje por videoconferência, mas explicou que não teve permissão das autoridades russas para colaborar com esta investigação.

Em entrevista à emissora “BBC”, o ex-agente disse que não pôde contatar o investigador russo que deveria dar o sinal verde para que testemunhasse.

“Inclusive se o investigador, que não pude localizar, tivesse me dado permissão, deveria determinar também quanta informação posso dar”, disse Kovtun.

Em uma audiência na sexta-feira em Londres, o advogado da acusação já havia posto em dúvida a participação hoje desta testemunha, a quem acusou de se oferecer para colaborar para “obter informação” sobre este processo.

O representante legal da Polícia Metropolitana, Richard Horwell, afirmou que Kovtun argumenta agora que poderia violar a legislação russa e as regras de confidencialidade se testemunhar enquanto a investigação de Moscou sobre a morte de Litvinenko ainda está em andamento.

As autoridades britânicas acusam os antigos agentes secretos russos Andrey Lugovoy e Kovtun, com quem Litvinenko tomou chá em um hotel de Londres em 1º de novembro de 2006, mas eles negam seu envolvimento e Moscou negou sua extradição.

Litvinenko, ex-agente da KGB, morreu em 23 de novembro de 2006 de envenenamento por polônio-210.

A investigação judicial britânica por esta morte começou em 27 de janeiro com a autorização do governo de David Cameron, que em princípio tinha se negado a celebrá-la por temer prejudicar suas relações com a Rússia.

A viúva, Marina Litvinenko, lutou durante anos por uma investigação pública para provar, com a ajuda de seus advogados, que seu marido e pai de seu filho Anatoly foi assassinado por ordem do Kremlin por causa das acusações que fez contra o presidente russo, Vladimir Putin.EFE

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