Estado Islâmico restringe saída de moradores de Mossul da cidade
Mossul (Iraque), 18 out (EFE).- O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) proibiu os moradores de Mossul, no norte do Iraque, de deixarem a cidade, exceto com a permissão de tribunais religiosos, informou neste sábado o chefe do Comitê de Segurança do Conselho da província de Ninawa.
Ibrahim Mohammed al Bayati explicou que desde terça-feira o EI só permite a saída dos moradores por apenas dez dias.
Aqueles que querem deixar a cidade, nas mãos dos jihadistas desde 10 de junho, devem por isso contar com o aval de uma pessoa que garanta seu retorno nesse prazo.
Também é exigido o depósito de fiança de cerca de dez milhões de dinares iraquianos, o equivalente a R$ 21 mil.
Para fiscalizar a proibição, os jihadistas intensificaram seus postos de controle nos acessos e saídas da capital da província, especialmente na estrada que conduz à cidade de Kirkuk, 150 quilômetros ao sul de Mossul.
As restrições se aplicam especialmente aos jovens, pelo receio de que eles se unam às tropas e forças de segurança, explicou Bayati, que, como a maioria dos responsáveis locais do governo iraquiano, vive em uma aldeia nos arredores de Mossul desde junho.
Recentemente os extremistas impediram centenas de estudantes e suas famílias de irem à Kirkuk para realizar a segunda fase oficial dos exames.
As cortes religiosas, estabelecidas pelo EI, começaram a impor várias decisões e normas após cancelar as leis do governo oficial.
Uma das primeiras foi ordenar o retorno de funcionários, professores e médicos ao trabalho.
O EI ameaçou confiscar os bens de quem infringir suas decisões e leis, que também proíbem o tabaco, o álcool e estabelecem normas de vestuário.
Em junho os extremistas lançaram uma ofensiva e tomaram o controle de uma extensa área do norte do Iraque, e proclamaram um califado nesta área e na Síria. EFE
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