Estados querem impedir Federação de criar novas despesas

Dinheiro e finanças

Lideranças de Estados e municípios tentam aumentar a arrecadação e diminuir a interferência do Governo Federal no gerenciamento dos recursos públicos. A articulação no Congresso provoca incertezas e recebe o apoio dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha. O objetivo é aprovar ainda em 2015 as propostas de aumento de repasses e de impedir a criação de novas despesas pelo governo federal.

O economista consultor em Finanças Públicas, Raul Veloso, acredita que a obstinação dos parlamentares pode prejudicar os planos de ajuste fiscal. “Eu acho que é ruim porque o que se olha é a meta global, não é só o que a união faz. Isso vai dificultar o trabalho”, diz.

Em razão da crise econômica e da baixa popularidade da presidente Dilma Rousseff, o Planalto avalia meios de retomar o controle da base governista.

O antropólogo e professor da Unesp Claudio Bertolli Filho destaca que faltam bons articuladores capazes de aglutinar as maiores bancadas. “Nós observamos que especialmente o PMDB, que em última instância era aquele que garantia a maioria para o Governo Federal, está extremamente fragmentado”, avalia.

O receio do grupo político é de que a União não tenha mais capacidade para emprestar recursos ou subsidiar ações nos próximos anos. Nesse cenário, a única opção dos gestores estaduais e municipais seria a de recorrer a fontes alternativas de financiamento.

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