Estados Unidos oferece à Rússia pacto militar na Síria
Os Estados Unidos está oferecendo à Rússia, na Síria, um novo pacto militar contra os grupos extremistas Estado Islâmico e Al-Qaeda, de acordo com uma proposta norte-americana obtida pelo jornal Washington Post.
De acordo com o documento de oito páginas, Washington propõem uma sincronização dos esforços para a operação conjunta de bombardeios e outros esforços. Norte-americanos e russos iriam “trabalhar conjuntamente para defender” esses grupos.
O secretário de Estado, John Kerry, que deveria discutir a proposta, em Moscou, nesta quinta-feira (14), não quis comentar o assunto, “eu vou a Moscou me encontrar com o presidente (Vladimir) Putin esta noite”, disse a repórteres.
Caso se confirme, a proposta mudaria drasticamente o papel dos EUA no conflito, bem como iria na direção contrária de meses de críticas à intervenção militar russa no território sírio. O texto também colocaria os EUA ao lado do presidente Bashar Assad, apesar de anos pedindo pela sua renúncia.
O Kremlin, por outro lado, chegaria ao objetivo que traçou desde o primeiro ano de intervenção na Síria: liderar uma coalizão internacional.
A Casa Branca vem repelindo pedidos russos por cooperação militar acusando-os de utilizar o combate ao terrorismo para proteger a posição de Assad. A Rússia também é tida como violadora de tréguas e de atacar grupos rebeldes moderados aliados aos EUA.
Boa parte do establishment, em Washington, tem receio de trabalhar em conjunto com Putin. No mês passado, um grupo de autoridades do Departamento de Estado assinou um documento em que pedia por uma intervenção contra as forças de Assad, dada a proeminência que o governo moscovita está ganhando com a intervenção.
Sob a proposta, um “grupo de implementação conjunta” seria estabelecido próximo à capital da Jordânia, Amã. Em seu nível mais básico, os dois antigos rivais da Guerra Fria iriam compartilhar inteligência e alvos, além de conduzir operações conjuntas, caso concordem.
A Rússia iria limitar seus ataques aéreos a regiões designadas e não deixaria que as forças nacionais sírias bombeiem determinadas áreas.
Em troca, o Kremlin pressionaria Assad a interromper a campanha militar contra grupos rebeldes. O Pentágono também quer que a Putin ajude a pressionar o líder da Síria a promover uma transição política que efetivamente terminaria com as quatro décadas de controle de usa familiar sobre o país.
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