Estudante admite que inventou história e nunca ganhou milhões na bolsa
Nova York, 16 dez (EFE).- O estudante nova-iorquino de 17 anos que dizia ter ganhado US$ 72 milhões na bolsa admitiu que foi tudo uma invenção e que os investimentos que fazia eram simulados, segundo o jornal “New York Observer”.
“Tudo o que posso dizer é que eram transações simuladas, e tive muito êxito. Os rendimentos foram incríveis, melhores que os do S&P”, admitiu o jovem Mohammed Islam em entrevista ao jornal depois da grande repercussão midiática.
O primeiro meio de informação a publicar a história inventada foi a revista “New York Magazine”, para a qual o estudante garantia inclusive que queria criar o próprio fundo de investimento de alto risco quando fizesse 18 anos, em junho, e que acreditava na possibilidade de ganhar até US$ 1 bilhão durante o primeiro ano.
“Não, não é verdade”, respondeu o jovem à “New York Observer” ao ser questionado sobre os supostos investimentos nos mercados de ouro e petróleo e se havia dito em algum momento que seus lucros eram de “oito dígitos”. Segundo ele, foi tudo ficção.
Filho de imigrantes da região de Bengala, o adolescente mora no bairro do Queens e estuda no prestigiado colégio Stuyvesant de Manhattan. Islam diz que as falsas declarações tiveram tanta repercussão que não fala com os pais desde então.
“Meu pai queria me renegar e minha mãe diz que nunca mais voltará a falar comigo. Sabiam que tudo era falso e basicamente queriam me matar, e desde então não falo com eles”, acrescentou.
O jovem, que preside o Clube de Investidores da prestigiada instituição de ensino, que só faz transações simuladas, lamentou todo o dano que possa ter causado com a história, principalmente à sua família.
“Muitos jovens começam empresas emergentes (“startups”), mas são uma bolha. A bolsa e os investimentos sempre estarão aí. O dinheiro sempre gira”, afirmou Islam à “New York Magazine”, revista que o definiu como um menino “tímido” e “modesto”.
Incluído recentemente na lista dos 20 jovens menores de 20 anos mais influentes de Wall Street pela “Business Insider”, o estudante explicou que o pai de seu amigo trabalhou para “New York Magazine” e o colocou em contato com a jornalista Jessica Presler.
Em meio a toda a repercussão gerada pela história e às críticas à repórter por não verificar tudo, Pressler se defendeu pelo Twitter afirmando que o menino apresentou extratos bancários que confirmavam os oito dígitos.
Islam, que insistiu que o número de US$ 72 milhões era um rumor que circulava em seu colégio, concederia na mesma segunda-feira uma entrevista ao canal financeiro “CNBC”, mas cancelou sua aparição na televisão. EFE
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