Estudantes anunciam primeiro protesto contra governo de Bachelet para 8 maio

  • Por Agencia EFE
  • 28/04/2014 22h18

Santiago do Chile, 28 abr (EFE).- Universitários chilenos já marcaram o primeiro protesto nacional contra a política educacional do governo da presidente, Michelle Bachelet, no setor e para pedir uma “verdadeira” educação integral para o dia 8 de maio.

“Queremos construir um novo projeto educativo, que possa abordar muitos temas, queremos discutir uma verdadeira reforma educacional de maneira integral”, disse nesta segunda-feira Melissa Sepúlveda, presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile.

Sepúlveda disse aos jornalistas que os universitários estão insatisfeitos com a política do executivo no setor. “Decidimos nos unir aos estudantes de ensino médio para marchar essa data (8 de maio) e porque queremos elaborar uma nova proposta educativa alternativa à do governo”, explicou.

“A ideia é ter o olhar mais amplo possível em todos os níveis da educação que achamos que devem ser integralmente abordados em uma verdadeira reforma educacional”, acrescentou.

A iniciativa dos estudantes quer incluir professores, pais e representantes das universidades privadas, de centros de formação técnica e de institutos profissionais.

Sepúlveda enfatizou que os estudantes universitários e secundários querem a educação como um direito social “e não como um bem de consumo”.

Os representantes da Assembleia Coordenadora de Estudantes do Ensino médio (ACES) afirmaram que “até agora não há nada” apesar das reuniões com o ministro chileno de Educação, Nicolás Eyzaguirre.

A porta-voz da ACES, Lorenza Soto, criticou a reforma educacional liderada por Eyzaguirre, ao afirmar que ela não ataca os principais problemas da educação.

Após se reunir com o titular de Educação, a Confederação de Estudiantes do Chile (Confech), que reúne as universidades tradicionais do país, advertiu que não existia um projeto claro de como será implementada a reforma para acabar com o lucro na educação superior, como foi prometido pela presidente Bachelet, que tomou posse em 11 de março.

Os estudantes protestam há três anos nas ruas do Chile e reivindicam avanços rumo a uma educação pública, gratuita e de qualidade e por uma mudança nos critérios de alocação de bolsas de estudos e créditos, fundamentais para que muitos estudantes possam financiar seus estudos, mas sem grandes progressos nessa luta.

Em uma tentativa de acabar com estas grandes manifestações, a socialista Bachelet, que foi presidente do Chile entre 2006 e 2010, disse durante a campanha para o atual mandato que seu primeiro projeto seria pôr fim ao lucro e avançar rumo à gratuidade na educação.

“Vamos avançar em gratuidade entendendo que a educação é um direito e não um negócio. Gratuidade, universalidade, o fim do lucro e qualidade”, disse na época. EFE

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