Estudantes invadem e depredam palácio de governo de Guerrero
Chilpancingo (México), 13 out (EFE).- Um grupo de estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa invadiu nesta segunda-feira o palácio de governo do estado de Guerrero, no México, para protestar contra a falta de informação sobre 43 companheiros desaparecidos desde 26 de setembro, causando destruição nas instalações.
Por volta das 11h locais (13h de Brasília), um grupo de 600 estudantes, acompanhados de familiares dos desaparecidos, iniciou um bloqueio ao redor do complexo, do qual só deixaram sair mulheres, idosos e incapacitados.
Segundo constatou a Agência Efe, embora em princípio o protesto tenha começado pacífico perante a falta de policiais, um grupo de agentes chegou ao local e provocou um enfrentamento com os estudantes, que acabaram entrando nas instalações.
Com pedras, bombas caseiras e pedaços de pau, os jovens atacaram o complexo oficial, integrado por sete edifícios de dois andares colocados em forma de semicírculo, quando já não havia mais funcionários.
A maioria dos vidros e dos móveis dos escritórios ficou destruída, enquanto um dos edifícios, onde despacha o secretário de governo, Jesús Martínez Garnelo, está em chamas.
Caminhonetes do serviço de bombeiros chegaram à sede do governo de Guerrero para apagar o incêndio.
Depois de meia hora, os estudantes se retiraram em seus ônibus, enquanto cerca de 500 policiais permaneceram sem intervir a um quilômetro de distância.
Nesta manhã os estudantes e familiares dos 43 jovens que desapareceram há 17 dias ameaçaram não sair do local até que aparecessem vivos.
Além disso, uma centena de professores da Coordenadora Estadual de Trabalhadores da Educação de Guerrero (Ceteg) também tomou o edifício do Congresso estadual para tentar falar com os deputados sobre os desaparecimentos.
Após tentar entrar violentamente, entraram em confronto com a polícia, queimaram uma nave industrial do Congresso e acabaram sendo expulsos.
Antes disso, alunos das escolas normais do estado de Michoacán (dedicadas à formação de professores) se apoderaram de 23 ônibus privados desde quinta-feira passada para viajar para Guerrero e apoiar os protestos de seus companheiros, confirmaram à Agência Efe fontes da Câmara Nacional de Autotransporte de Passagem e Turismo.
Os manifestantes exigem a aparição de 43 estudantes que desapareceram no último dia 26 de setembro na cidade de Iguala, após uma noite de violência na qual seis pessoas foram mortas por policiais locais, que supostamente estavam a serviço do cartel dos Guerreros Unidos.
Por vinculação com este caso há quase 40 detidos, a maioria policiais, enquanto estão sendo analisados os restos achados em várias fossas clandestinas para determinar se correspondem aos estudantes desaparecidos. EFE
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