Estudantes que ocupam Centro Paula Souza afirmam que não irão sair do local
Mesmo cientes de que a reintegração de posse pode ocorrer a qualquer momento, estudantes que ocupam o Centro Paula Souza, na região central de São Paulo, dizem que não irão sair, segundo informações do repórter Fernando Martins.
Em flagrante feito por comerciantes de rua da região é possível observar um aluno mexendo nas estações de trabalho de funcionários do prédio. Alunos presentes na ocupação do Centro Paula Souza vieram a confirmar depois que o estudante estava limpando o local.
Confira no vídeo abaixo:
Liminar
O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu na tarde desta quinta-feira (5) uma medida liminar ao Governo do Estado que determina a imediata reintegração de posse do Centro Paula Souza.
A presença do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, exigida nesta quarta (04) pelo juiz Luis Manuel Fonseca Pires para que participasse da reintegração já não o é mais necessária. “A exigência da presença física do Senhor Secretário de Segurança Pública extrapolou, em muito, o que fora anteriormente estabelecido”, diz a nota divulgada pela SSP-SP.
O desembargador Rubens Rihl, da 1.ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), reverteu decisão judicial que restringia o uso de armas, mesmo não letais, e liberou a Polícia Militar para usar os meios que achar necessários para cumprir a qualquer momento a reintegração.
A decisão do relator Rubens Rihl serve de mandado para o “cumprimento imediato e direto, independentemente da intermediação da Central de Mandados”. O relator recomenda ainda que a medida seja acompanhada pelo Ministério Público e pelo Conselho Tutelar. Até o momento, no entanto, não ocorreu nenhuma ação policial para a retirada dos estudantes do local.
Ocupação
Os estudantes ocupam o prédio do centro Paula Souza desde o dia 28 de abril, quando cerca de 150 pessoas pularam as grades e entraram no local.
Os alunos reclamam da merenda seca (composta de bolachas e sucos) oferecidas em algumas escolas técnicas do Estado de São Paulo (Etecs) e exigem a construção de restaurantes e cozinhas nas unidades e a entrega de vale-alimentação enquanto as obras são feitas.
No dia 1º de maio, o Tribunal de Justiça de SP ordenou a reintegração de posse do local. A Polícia Militar chegou a entrar, mas um juiz do próprio TJ-SP ordenou o recuo das forças policiais, uma vez que a reintegração não havia sido informada oficialmente aos estudantes.
Na terça-feira (03), os alunos impediram a entrada de funcionários no prédio.
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