Estudo sobre risco de novos rompimentos de barragens entregue pela Samarco é incompleto
O estudo entregue pela Samarco à Justiça na última terça-feira (12) não é completo e deixou de especificar as medidas que serão adotadas em caso de rompimento das barragens de Germano e Santarém, em Mariana (MG). A própria empresa responsável admitiu a ausência de tais informações, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.
O plano de emergência foi entregue com atraso de um dia, por isso, a Promotoria pretende pedir à Justiça a cobrança de uma multa mais alta, tanto pelo atraso, como por enviar um documento preliminar sem os detalhes solicitados. A multa, atualmente, tem o valor de R$ 1 milhão diário.
Determinada à mineradora desde o dia 27 de novembro, a elaboração do estudo teve início após ação da Promotoria e do governo de Minas Gerais. O documento deveria conter, de acordo com a Justiça, “a previsão das consequências e medidas emergenciais concretas a serem adotadas em cada cenário”. Caso ocorresse um desastre semelhante ao da barragem do Fundão, a Samarco seria obrigada a cumprir o que estivesse disposto no planejamento.
Entretanto, o estudo enviado pela empresa não detalhou quais as medidas que seriam tomadas caso novos rompimentos venham a acontecer. O promotor responsável pela ação, Mauro Ellovitch afirmou que “o documento traz informações relevantes sobre a altura da onda em caso de rompimento e o tempo em que a lama chegaria nos lugares. Mas a Samarco não apresentou medidas concretas a serem adotadas em cada cenário”.
Nesta quarta-feira (13), a Polícia Federal indiciou a mineradora Samarco e sete executivos e técnicos da empresa por crimes ambientais decorrentes do derramamento de 32 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração no Rio Doce. Um dos indiciados é o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi.
A Vale, uma das donas da empresa, e a consultoria VogBR, responsável pelo laudo que atestou a estabilidade da barragem que se rompeu, também foram indiciadas.
O colapso da barragem de Fundão no dia 5 de novembro, em Mariana (MG), causou a morte de 17 pessoas, devastou municípios, prejudicou o abastecimento de água em dezenas de cidades e continua causando impactos ambientais graves no Rio Doce e no oceano.
*Informações do jornal Folha de S. Paulo
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