“Eu acho que essa guerra não vai parar”, diz governador do RN após massacre

  • Por Jovem Pan
  • 17/01/2017 12h12
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RN - PRESÍDIOS/CRISE/RN - GERAL - Movimentação de presos no telhado do presídio. A administração da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal (RN), registrou um princípio de tumulto na noite deste domingo, 15. A unidade é a mesma em que aconteceu o massacre durante uma rebelião no sábado, 14, quando 26 detentos foram assassinados. 16/01/2017 - Foto: ADRIANO ABREU/TRIBUNA DO NORTE/ESTADÃO CONTEÚDO Adriano Abreu/Estadão Conteúdo Movimentação de presos no telhado do presídio em Natal - ae

Com duas rebeliões recentes na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, o Estado do Rio Grande do Norte pede ajuda à União para conter a onda de violência no Estado.

O massacre que deixou 26 mortos, segundo o governador Robinson Faria é uma clara retaliação ao massacre que matou outros 61 presos em Manaus, no dia 1º de janeiro.

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o governador disse que a “chacina no Rio Grande do Norte não teve motivo” e que integrantes do PCC receberam ordens de fora para atacar o Sindicato do Crime do RN.

“As informações que temos por aí é de que terão retaliações. Quando houve mortes em Natal, parecia a era pré-histórica, fazer churrasco de cabeça de apenados. O PCC de São Paulo comemorou. O PCC de outros Estados comemoraram o que aconteceu em Natal (…) o setor de inteligência identificou que era uma retaliação”, explicou Faria.

“Eu acho que essa guerra não vai parar. Temos que trabalhar juntos. Tem que ter uma política nacional nas fronteiras para evitar a entrada de armas e drogas no País. Temos que evitar a fábrica de dinheiro da droga, que é o que corrompe, compra armamento e intimida o Estado. Vai chegar uma hora que o Estado vai ficar menor que as facções. É o divisor de águas que temos que passar e enfrentar”, defendeu.

O governo do Estado pede agora auxílio à União para realizar a separação das duas facções em presídios distintos do Estado. Os líderes do PCC, por exemplo, devem ser transferidos para presídios federais.

“Separar o Sindicato e o PCC é um trabalho complicado, mas temos que enfrentar. Estado não recuou em momento nenhum. Não podemos nem negociar e nem recuar. Estados têm que ter parceria com a União para que todos ajam da mesma forma. O governo do RN não recuou hora nenhuma, importante é evitar fuga do presídio para a população não entrar em pânico”, defendeu o governador.

A atitude é tida como emergencial em todos os presídios do Estado, já que, segundo o governador, há a expectativa de vingança por parte do Sindicato do Crime do RN: “temos que urgentemente separar e evitar acontecer uma nova tragédia”.

Sobre os cinco presídios federais propostos pelo Governo federal, Robinson Faria disse que o Rio Grande do Norte não apenas quer, como precisa de um presídio federal, e reiterou ainda que é preciso que Estados e a União trabalhem juntos.

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