EUA acreditam que caças russos estão na Síria como proteção

Washington, 22 set (EFE).- O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou nesta terça-feira que os caças mobilizados pela Rússia na Síria têm o objetivo principal de proteger posições estratégicas e equipes no país, mas reconheceu que o propósito final ainda não está definido.

“Os russos aumentaram o número de suas aeronaves e há certos tipos delas que, dependendo das decisões da Rússia, podem gerar algumas dúvidas. Por enquanto, os especialistas dizem que os caças representam um nível de proteção para suas equipes na Síria, mas ainda não temos certeza sobre o esforço russo”, disse Kerry em entrevista coletiva junto à colega indiana, Sushma Swaraj.

A Rússia mobilizou na Síria diversas equipes com integrantes da marinha, cuja incumbência é garantir a segurança de dois redutos estratégicos: a base naval russa de Tartus e o aeroporto de Latakia.

Funcionários do Departamento de Defesa dos EUA disseram na segunda-feira que a Rússia posicionou até 28 caças no oeste da Síria e começou a operar voos de vigilância, em uma possível tentativa de aumentar seu apoio ao regime de Bashar al Assad.

De acordo com as fontes, durante o último fim de semana, Rússia passou de quatro caças de combate em uma base aérea de Latakia (forte de Al-Assad) para pelo menos 28: 12 do modelo Sukhoi Su-25 e 12 Su-24.

Além desses modelos com várias décadas de serviço, a Rússia ainda teria pelo menos quatro Su-30, muito mais avançados e modernos, assim como cerca de 20 de helicópteros.

A Rússia também começou a operar voos de drones para vigilância e apoio em inteligência do aeroporto de Basel Al-Assad, como é oficialmente conhecido o aeroporto de Latakia.

Essa forte mobilização russa, que se soma à ampliação da base aérea de Latakia com a contribuição de Moscou, faz com que também aumente a possibilidade de um confronto e equívocos entre as forças aéreas da Rússia e da coalizão internacional contra o Estado Islâmico (EI), liderada pelos Estados Unidos.

O Pentágono considera necessário aumentar a coordenação com a Rússia, de modo a evitar mal-entendidos ao londo das missões aéreas.

O secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, falou na sexta-feira passada com o colega russo, Sergey Shoygu, para tratar o assunto sírio e reiterar que o combate contra os jihadistas do EI deve ser feito paralelamente a um processo de transição que tire Al-Assad do poder.

Ambos os representantes de Defesa concordaram em estudar rotas para evitar acidentes, apesar de não terem especificado vias de coordenação concretas. EFE