EUA acusam Venezuela de perseguir críticos após processo contra ex-deputada
Washington, 3 dez (EFE).- O Departamento de Estado dos Estados Unidos acusou nesta quarta-feira o governo da Venezuela de intimidar e punir seus críticos depois que a opositora e ex-deputada María Corina Machado foi indiciada por um suposto plano para assassinar o presidente Nicolás Maduro.
“As acusações contra (María Corina) Machado elevam mais uma vez nossa preocupação sobre o uso arbitrário do Poder Judiciário na Venezuela para silenciar e punir os críticos do governo”, disse hoje em comunicado a porta-voz adjunta do departamento, Marie Harf.
“Estamos profundamente preocupados pelo que parece ser um esforço contínuo do governo da Venezuela para intimidar seus opositores políticos através do abuso do processo legal”, acrescentou.
A opositora venezuelana María Corina Machado começou hoje uma nova cruzada judicial ao ser indiciada por um suposto plano para assassinar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, um crime pelo qual pode pegar 16 anos de prisão.
“Continuamos pedindo que o governo da Venezuela respeite os direitos de assembleia e associação pacífica e liberte os presos políticos, entre eles dezenas de estudantes e os líderes opositores Leopoldo López, Daniel Ceballos e Enzo Scarano”, afirmou Harf.
Após vários meses de investigação, o Ministério Público da Venezuela formalizou uma acusação contra a opositora envolvida no suposto plano de magnicídio, que incluía vários opositores e o embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, Kevin Whitaker.
A opositora foi acusada “por supostamente ter ligação com o plano magnicida contra o presidente da República, Nicolás Maduro Moros, com o propósito de perturbar a paz do país”, diz o texto.
Nesse mesmo caso, tiveram ordem de prisão decretada os opositores Henrique Salas Römer, Diego Arria, Ricardo Emilio Koesling, Gustavo Tarre Briceño, Pedro Mario Burelli e Robert Alonso, que estão fora do país.
O plano para assassinar Maduro foi denunciado no final de maio pelo dirigente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e prefeito de Caracas, Jorge Rodríguez, que mostrou vários e-mails atribuídos a María Corina nos quais a ex-deputada dizia que tinha chegado a hora de acumular esforços e obter “o financiamento para aniquilar Maduro”. EFE
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