EUA agradecem Uruguai por cooperação em transferência de presos de Guantánamo

  • Por Agencia EFE
  • 07/12/2014 13h30

Washington, 7 dez (EFE).- O Pentágono confirmou neste domingo a transferência para o Uruguai de seis presos da prisão da Base Naval de Guantánamo e agradeceu o presidente uruguaio, José Mujica, por sua cooperação na transferência, o que deixa a prisão com 136 réus, o nível mais baixo desde seu abertura em janeiro de 2002.

“Os Estados Unidos estão agradecidos ao governo do Uruguai por sua vontade de apoiar os contínuos esforços dos EUA para fechar as instalações de detenção na baía de Guantánamo”, indicou o Departamento de Defesa americano em comunicado.

“Os Estados Unidos se coordenaram com o governo do Uruguai para garantir que as transferências fossem feitas de forma consistente com as medidas apropriadas de segurança e de tratamento humanitário”, acrescentou.

A transferência dos seis presos, completada esta madrugada, é a primeira de Guantánamo para um país da América do Sul, e a segunda à América Latina. Em 2012 El Salvador recebeu dois presos uigures como refugiados, que mais tarde deixaram o país centro-americano.

A transferência deixa a prisão com 136 presos. 67 já receberam aprovação para serem transferidos, 59 estão atravessando uma revisão para determinar se podem ser libertados e somente 10 enfrentam acusações, foram acusados formalmente ou estão cumprindo sentenças.

Este é o número mais baixo de ocupantes de Guantánamo desde que a prisão recebeu seus primeiros detidos em janeiro de 2002. No final desse mês, foram contabilizados 156 réus na prisão situada em Cuba.

Os presos transferidos ao Uruguai são quatro sírios, um tunisiano e um palestino, todos eles considerados de baixo risco pelos Estados Unidos e que tinham tido a transferência autorizada pelo menos desde 2010.

Trata-se de Mohammed Abdullah Tahamutan, palestino de 34 ou 35 anos; Abdul Bin Mohammed Bin Abess Ourgy, tunisiano de 49 anos; Ahmed Adnan Ahjam, sírio de 37 anos; Abd Hadi Omar Mahmoud Faraj, sírio de 32 ou 33 anos; Ali Hussein Shabaan, sírio de 32 anos; e Jihad Ahmed Mujstafa Diyab, sírio de 43 anos.

Diyab é conhecido nos Estados Unidos pela longa greve de fome que manteve para protestar por sua detenção indefinida sem julgamento, e que mantém uma disputa judicial neste país sobre os métodos de alimentação forçada na prisão.

O secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, informou ao Congresso em julho da intenção do governo de transferir ao Uruguai os seis presos, mas o processo foi atrasado por causa das eleições no país sul-americano.

Segundo o diário “New York Times”, a transferência também foi adiada na primeira metade de 2014 porque Hagel levou meses para assinar o acordo, algo que contribuiu para deteriorar suas relações com a Casa Branca e, somado a outros fatores, levou a sua renúncia no final de novembro. EFE

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