EUA anunciam mudanças em plano de retirada de tropas do Afeganistão

Washington, 24 mar (EFE).- O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira que vai desacelerar a retirada de suas tropas do Afeganistão, mantendo 9,8 mil soldados no país até o final do ano em vez de reduzir esse número à metade como o previsto inicialmente.

A Casa Branca divulgou a mudança em comunicado pouco antes da entrevista conjunta entre os presidentes dos EUA, Barack Obama, e do Afeganistão, Ashraf Ghani, que está em visita oficial a Washington.

No início da coletiva, Obama confirmou a alteração do calendário para a retirada das tropas e explicou que os planos para 2016 serão definidos ao longo deste ano.

“O Afeganistão continua sendo um lugar muito perigoso”, ressaltou Obama ao citar os atentados suicidas contra civis ocorridos recentemente no país.

De acordo com o presidente americano, a diminuição do ritmo de retirada das tropas atendeu ao pedido de “flexibilização” do processo feito por Ghani antes mesmo da visita a Washington.

Até o fim de 2014, a presença de tropas dos EUA no país foi amparada pela missão internacional da Otan. Atualmente, cerca de 10 mil soldados americanos estão no Afeganistão para realizar treinamentos e dar assistência às forças de segurança locais.

O calendário anterior ao anúncio de hoje previa reduzir esse número à metade ao final de 2015. No plano original, até 2016, apenas 1.000 militares necessários para a segurança da embaixada americana em Cabul ficariam no país.

“Vamos continuar apoiando o processo de reconciliação afegã”, disse hoje Obama, enquanto Ghani ressaltou o “compromisso com a paz”, agradecendo às tropas e aos contribuintes americanos pelo apoio à missão militar no Afeganistão Antes do encontro com Obama, Ghani realizou uma rodada de negociações com os secretários de Estado, John Kerry, e de Defesa, Ashton Carter. E obteve o compromisso de que o governo americano pedirá recursos ao Congresso para financiar 352 mil homens das forças de segurança afegãs até pelo menos 2017.

Além disso, Kerry anunciou a destinação de até US$ 800 milhões em ajuda americana para “uma aliança de desenvolvimento” focada em incentivar o desenvolvimento no país no período pós-guerra. EFE

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