EUA apontam violações de direitos humanos no Irã na reta final de negociações

  • Por Agencia EFE
  • 25/06/2015 19h06

Washington, 25 jun (EFE).- Os Estados Unidos denunciaram que o Irã é um dos países com maiores violações dos direitos humanos no mundo, segundo seu relatório anual sobre a matéria divulgado nesta quinta-feira pelo Departamento de Estado, a menos de uma semana que termine o prazo para se chegar a um acordo nuclear com esse país.

“O Irã continuou restringindo severamente as liberdades civis, inclusive as liberdades de assembleia, expressão, religião e imprensa”, disse o secretário de Estado americano, John Kerry, no prefácio do documento.

“É, além disso, o segundo país do mundo com mais execuções, realizadas após procedimentos legais que com frequência não respeitaram as próprias garantias constitucionais do Irã ao devido processo ou as normas legais internacionais”, acrescentou.

Estas avaliações dos Estados Unidos são divulgadas na reta final das negociações que o Irã mantém com as potências do Grupo 5+1 (EUA, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) sobre seu programa nuclear, que deveriam concluir em 30 de junho.

“Não vimos nenhuma melhora significativa com relação ao ano passado no Irã”, disse hoje a jornalistas o secretário de Estado adjunto dos EUA para Direitos Humanos, Tom Malinowski.

Entre as violações de direitos humanos mais graves no Irã, segundo os EUA, se destacam “as limitações à capacidade dos cidadãos para mudar o governo pacificamente por meio de eleições justas e livres”.

Além disso, os EUA denunciam “o desprezo pela integridade física das pessoas, que as autoridades detêm, torturam e matam arbitrária e ilegalmente”.

O relatório, que serve como guia ao Congresso americano na hora de decidir a ajuda externa para cada país, examina o comportamento dos governos de todo o mundo (menos dos EUA) em relação aos direitos humanos.

Kerry viajará amanhã a Viena para a reta final das negociações entre o Grupo 5+1 e o Irã que acontecem há 16 meses, com o objetivo de chegar a um acordo para pôr limites ao programa nuclear de Teerã em troca da suspensão das sanções econômicas que pesam sobre o país asiático.

A comunidade internacional quer ter a segurança de que o Irã não esteja em condições de desenvolver uma arma atômica em um prazo inferior a 12 meses, caso se aventurasse a desenvolvê-la. EFE

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