EUA avaliam estabelecer mais controle sobre viajantes para conter ebola

  • Por Agencia EFE
  • 06/10/2014 23h43

Miriam Burgués.

Washington, 6 out (EFE).- Os Estados Unidos avaliam nesta segunda-feira a possibilidade de estabelecer controles mais rigorosos em seus aeroportos para os viajantes vindos das nações de África Ocidental afetadas pelo ebola, enquanto o primeiro paciente diagnosticado com o vírus no país continua em estado crítico em um hospital de Dallas.

A possibilidade de estabelecer uma inspeção adicional dos passageiros vindos da África Ocidental na chegada aos EUA é um assunto atualmente “aberto ao debate”, segundo o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci.

Fauci acrescentou que, na reunião que terá hoje na Casa Branca com o presidente Barack Obama, com a equipe de segurança nacional e com autoridades sanitárias, serão discutidas exatamente as possíveis medidas de “revisão” de entrada de viajantes de países que sofrem com o surto de ebola nos EUA.

Consultado pela Agência Efe, um funcionário da Casa Branca afirmou, sob anonimato, que o governo está sempre avaliando “medidas adicionais potencialmente efetivas” para conter o avanço do ebola no país, assim como disse na sexta-feira a assessora de Obama para a segurança nacional e a luta contra o terrorismo, Lisa Monaco.

Diante do alerta gerado pela chegada do vírus aos EUA, a Casa Branca organizou na sexta-feira uma entrevista coletiva para dizer ao país que contam com a infraestrutura sanitária necessária para “deter” o avanço da doença.

O porta-voz de Obama, Josh Earnest, corroborou a tese e afirmou hoje que o governo está “satisfeito” com as medidas que já estão em andamento e voltou a negar que considerem neste momento proibir o acesso ao país de viajantes procedentes da África Ocidental.

O governo “continua avaliando e reavaliando os procedimentos que existem para assegurar a segurança nas viagens e proteger os americanos aqui em casa”, ressaltou Earnest.

Enquanto isso as autoridades sanitárias mantêm sob estreita vigilância dez pessoas que tiveram contato com o primeiro paciente diagnosticado com ebola nos Estados Unidos, um homem natural da Libéria que está internado em um hospital de Dallas (Texas).

A saúde de Thomas Eric Duncan piorou durante o fim de semana e seu estado passou de grave a crítico, de acordo com a equipe médica que o atende no Hospital Presbiteriano do Texas.

Duncan, que permanece isolado, está recebendo agora um tratamento experimental com brincidofovir, um remédio antiviral, e seu estado continua sendo “crítico” embora “estável”, segundo o último boletim médico emitido hoje.

Ashoka Mukpo, de 33 anos, o cinegrafista americano que contraiu o ebola enquanto trabalhava para a rede de televisão “NBC” chegou hoje a Omaha, no Nebraska, onde será tratado no mesmo centro médico que recebeu recentemente outro infectado pelo vírus.

Especialistas do Centro Médico Nebraska e familiares de Mukpo disseram em entrevista coletiva, pouco após ele dar entrada no hospital, que o cinegrafista se sente “forte”, está recebendo “um atendimento muito bom” e que os sintomas da doença não avançaram.

Os pais de Mukpo não decidiram ainda se seu filho receberá algum tratamento experimental, como outros pacientes americanos que foram curados.

Segundo uma pesquisa do Centro Pew divulgada nesta segunda-feira, 58% dos americanos têm confiança na capacidade do governo de prevenir um surto de ebola no país.

A pesquisa, realizada com 1.007 adultos entre 2 e 5 de outubro, também identificou que 32% dos entrevistados estão preocupados com uma possível exposição ao vírus. EFE

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