EUA concedem status diplomático à oposição síria
Washington, 5 mai (EFE).- O Departamento de Estado dos Estados Unidos concedeu status diplomático ao Conselho Nacional Sírio (CNS) para reforçar o reconhecimento a uma oposição debilitada no terreno militar pelas tropas do presidente Bashar al Assad.
“Queremos fortalecer os laços com a oposição e fortalecer seu reconhecimento de representantes legítimos do povo sírio”, explicou um funcionário do Departamento de Estado.
Além disso, a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, anunciou que os Estados Unidos oferecerão US$ 27 milhões em ajuda não letal ao CNS, o que elevará o total até o momento a US$ 287 milhões.
O governo do presidente Barack Obama ordenou no último mês de março o fechamento da embaixada síria em Washington e revogou o status diplomático de todos seus funcionários, embora Harf tenha assegurado que essa medida e a mudança do status do CNS não estão relacionados.
Além da ajuda não letal, a CIA (agência de inteligência americana) mantém uma discreta provisão de armas desde o começo deste ano para “pôr fim à assimetria militar” que mantém Assad com uma posição negociadora muito mais vantajosa, segundo explicou um funcionário americano.
O anúncio da elevação do status do CNS a “missão estrangeira” coincide com o início nesta semana da primeira visita oficial do presidente da oposição moderada síria do Conselho, Ahmed Jarba, a Washington.
A ajuda militar, já fornecida por aliados da oposição síria como Catar e Arábia Saudita, está chegando com conta-gotas através da CIA em forma de treinamento, armamento leve, munição e possivelmente mísseis antitanque e anti-helicóptero.
O Departamento de Estado voltou a reiterar hoje que considera que a solução após três anos de guerra civil na Síria deve ser “política e negociada”, algo que, acredita, não contradiz com a tentativa de pôr fim “à assimetria militar” com armas.
A superioridade militar no terreno das tropas de Assad o levou a não ceder nas conversas de paz de Genebra e a convocar eleições presidenciais nas quais não tem rivais de peso e provavelmente seria reeleito.
Os Estados Unidos criticaram hoje essa convocação de eleições e pediu à Síria que suspenda o pleito, já que não são consistentes com o plano de paz estipulado pelo enviado das Nações Unidas, Lakhdar Brahimi, que contemplava um processo de transição e de reconciliação entre as facções confrontadas. EFE
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