EUA consideram “contraproducente” análise preliminar do TPI sobre Palestina
Washington , 16 jan (EFE).- A diplomacia dos Estados Unidos afirmou nesta sexta-feira que está em “total desacordo” com a decisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) de iniciar uma análise preliminar de possíveis crimes cometidos por Israel nos territórios palestinos no ano passado, um passo que consideram “contraproducente” para a paz no Oriente Médio.
“É uma trágica ironia que Israel, que viu milhares de mísseis terroristas sendo lançados contra seus civis e suas comunidades, seja agora alvo de uma investigação do TPI”, considerou o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Jeff Rathke, em comunicado.
“As diferenças entre as partes devem ser resolvidas em negociações diretas, não com ações unilaterais. Seguiremos nos opondo às ações contra Israel no TPI por considerá-las contraproducentes para a causa da paz”, acrescentou na nota.
Além disso, Rathke lembrou que os EUA “não consideram a Palestina um Estado” e, por isso, não é elegível para se tornar um membro do TPI.
A reação dos Estados Unidos vem após a decisão da promotora do TPI, Fatou Bensouda, de abrir uma análise preliminar por possíveis crimes nos territórios palestinos.
Os palestinos solicitaram adesão ao tribunal internacional em 2 de janeiro e reconheceram sua jurisdição para crimes cometidos a partir de abril de 2014.
A data foi escolhida para incluir a operação israelense Limite Protetor, que aconteceu entre 8 de julho e 26 de agosto do ano passado, em Gaza. Mais de 2.100 palestinos, a maioria civis, e cerca setenta israelenses, 64 deles militares, morreram durante a operação das Forças de Defesa de Israel (IDF, sigla em inglês).
O TPI detalhou que uma análise preliminar “não é uma investigação, mas um processo para analisar a informação disponível” antes de proceder com uma investigação.
Os palestinos decidiram recorrer ao TPI para denunciar Israel depois que o Conselho de Segurança da ONU não aprovou uma iniciativa árabe para exigir a retirada de tropas e colonos israelenses dos territórios palestinos antes de 2018, entre outras reivindicações.
A decisão do TPI foi bastante criticada em Israel e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a considerou “degradante”. EFE
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