EUA consideram uso da força contra civis na Venezuela como inaceitável
Washington, 21 fev (EFE).- O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, considerou como “inaceitável” nesta sexta-feira o emprego da força contra os manifestantes na Venezuela e evitou responder o convite ao diálogo que fez hoje o presidente deste país, Nicolás Maduro, a seu colega americano, Barack Obama.
“Peço ao governo da Venezuela que interrompa sua tentativa de reprimir os dissidentes através da força e que respeite os direitos humanos básicos. Deve libertar os opositores presos e iniciar um processo de diálogo com a oposição democrática”, disse hoje Kerry em comunicado no qual não fez referência alguma à solicitação de Maduro para iniciar conversas com os EUA.
“Convoco o senhor presidente Obama para um diálogo. Convoco para um diálogo entre a Venezuela patriota e revolucionária e os Estados Unidos e seu governo. Aceite o desafio, vamos iniciar um diálogo de alto nível e coloquemos sobre a mesa a verdade”, disse Maduro hoje.
O líder venezuelano também se mostrou disposto a voltar a nomear um embaixador de seu país em Washington, dias após ter expulsado da Venezuela três diplomatas americanos.
Kerry evitou falar sobre a sugestão de Maduro e concentrou seu comunicado em condenar como “inaceitável” o uso da força e a “intimidação judicial” exercida contra os manifestantes e os líderes opositores nos protestos na Venezuela.
“O uso da força por parte do governo e a intimidação judicial contra as pessoas que estão exercendo seu legitimo direito de protestar é inaceitável e só levará a um aumento da violência”, considerou Kerry.
E acrescentou: “todos os governos têm o dever de manter a ordem pública e, as duas partes, inclusive a oposição e os manifestantes, devem se abster de usar a violência”.
Segundo Kerry, “o governo venezuelano enfrentou os manifestantes pacíficos com força e em alguns casos com grupos armados que dizem ter o apoio do governo. Prendeu estudantes e um líder opositor”.
“Limitou as liberdades de expressão e reunião e implementou restrições aos meios de comunicação, tirando as credenciais de repórteres da “CNN en Español”. Não é assim que se comportam as democracias”, ressaltou.
O governo dos EUA negou hoje previamente ter ameaçado o Executivo venezuelano com represálias se ele detivesse o líder opositor Leopoldo López, e pediu o julgamento do político de forma “imparcial e transparente”, enquanto continua analisando que resposta vai dar para a expulsão de três de seus funcionários em Caracas.
O governo de Maduro atribuiu os protestos no país a uma tentativa de desestabilização orquestrada pelos Estados Unidos, e na última segunda-feira anunciou a expulsão de três funcionários americanos. EFE
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