EUA continuam as buscas por desaparecidos após trágico deslizamento
Washington, 26 mar (EFE).- As equipes de busca e resgate retornaram na manhã desta quarta-feira à lenta inspeção de duas cidades arrasadas no sábado por um deslizamento que deixou pelo menos 24 pessoas mortas e mais de 100 desaparecidas no estado de Washington.
O chefe de bombeiros do Condado Snohomish, Travis Hots, disse que já foram confirmadas a morte de 16 pessoas e localizados oito corpos que ainda não foram recuperados para sua identificação.
As autoridades têm uma lista de 176 pessoas cujo paradeiro não se conhece, mas como provêm de distintas fontes é possível que alguns estejam repetidos, esclareceu Hots.
O deslizamento de terra após prolongadas chuvas sepultou sob lama, rochas e troncos de árvores as casas de Oso, um povoado com 180 habitantes, e de Darrington, com 1.350 habitantes.
Em alguns lugares a pilha de lama e escombros alcança dez metros de altura.
Entre as vítimas fatais identificadas está o ex-comandante da Marina de Guerra, John Regelbrugge, cujo corpo foi recuperado por seus dois irmãos que tinham se juntado aos trabalhos de resgate, dificultados pela instabilidade do terreno.
Pouco depois, as equipes de resgate encontraram o corpo da esposa de Regelbrugge, Kris, mãe de cinco filhos.
O diretor do Departamento de Emergências do Condado, John Pennington, declarou em entrevista coletiva que, embora tenha sido solicitada a ajuda de uma equipe legista do estado para identificar vítimas, ainda persiste a esperança de achar mais moradores vivos.
O canal “KIRO-TV” da televisão local informou que as equipes de socorro receberam outras quarenta bolsas para o transporte de corpos. “Isto fala por si mesmo da situação”, comentou Pennington.
As tarefas de busca se complicaram ontem pela piora das condições meteorológicas, mas contaram com a ajuda de equipes da Guarda Nacional do Exército, de Washington, e da Agência Federal de Gestão de Emergências.
Um dos voluntários sofreu ontem ferimentos pelo impacto dos escombros levantados pelas hélices de um helicóptero. A porta-voz da polícia do Condado, Shari Ireton, informou que o homem foi levado a um hospital local e que suas lesões eram pequenas.
Uma vez que o deslizamento bloqueou o curso do rio Stillaguamish, as autoridades estenderam sua advertência de possíveis inundações rio acima, e de inundações rio abaixo se o dique formado por rochas e lama se desmorone.
Enquanto a busca de sobreviventes e de corpos entra no quinto dia, a imprensa local começou a publicar os antecedentes que advertiam os habitantes sobre os perigos de deslizamentos de terra na área.
Um relatório de 2010 encomendado pelo Condado Snohomish em cumprimento de uma lei federal advertiu que os casarios e povoações ao longo do rio Stillaguamish estavam entre as áreas com mais riscos para este tipo de desmoronamento.
O relatório da empresa Tetra Tech de engenharia e agricultura destacou, segundo o jornal “The Seattle Times”, que a colina que desmoronou no sábado era uma das mais perigosas.
Pennington indicou que as autoridades locais mantiveram sua vigilância e repetiram suas advertências e que os donos de propriedades “eram muito conscientes do potencial de deslizamentos”.
A região foi conhecida por muito tempo como “o deslizador Hazel” pela frequência de derrubadas no último meio século. O maior, antes do ocorrido no sábado, aconteceu em 2006. EFE
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