EUA criticam falta de transparência em julgamento de jornalista no Irã
Washington, 26 mai (EFE).- O governo dos Estados Unidos criticou nesta terça-feira a “completa falta de transparência no julgamento” do jornalista irano-americano do “Washington Post”, Jason Rezaian, acusado de espionagem e de lançar propaganda hostil contra o Irã, iniciado no Irã a portas fechadas.
“O fato de o julgamento de Jason ter sido fechado ao público, inclusive de sua família, se encaixa no padrão de completa falta de transparência e processo justo que vimos desde que Jason foi detido”, afirmou Bernadette Meehan, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, em comunicado enviado à Agência Efe.
Meehan reiterou que as acusações apresentadas contra Rezaian são “absurdas. Ele não deveria ter sido detido nem levado a julgamento em primeiro lugar”.
Rezaian, que está preso há dez meses, foi levado hoje ao Tribunal da Revolução número 15 da capital iraniana, uma corte especializada em julgar crimes contra a República Islâmica.
Além disso, Meehan assinalou que o jornalista deveria “ser libertado imediatamente”, e acrescentou que a questão foi incluída nas conversas paralelas dentro das negociações nucleares entre Teerã e o chamado grupo P51 (formado por Rússia, EUA, França, Alemanha, Reino Unido e China).
O jornalista, de 39 anos, foi detido junto com sua esposa, Yeganeh Salehi, correspondente do jornal dos Emirados Árabes Unidos “National” e uma fotógrafa free lancer que tinha trabalhado para o “Washington Post” e seu marido, todos eles exceto Salehí com dupla nacionalidade, iraniano-americana.
A fotógrafa e seu marido foram libertados semanas depois, e Salehi foi solto mediante o pagamento de fiança em outubro do ano passado.
O Irã não reconhece o status de dupla nacionalidade, por isso não permitiu a nenhum dos americanos ter acesso à assistência consular. EFE
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