EUA demonstram “profunda preocupação” com detenção de prefeitos na Venezuela

  • Por Agencia EFE
  • 20/03/2014 16h03
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Washington, 20 mar (EFE).- O governo dos Estados Unidos se mostrou nesta quinta-feira “profundamente preocupado” pela detenção de dois prefeitos opositores na Venezuela e criticou a medida que procura retirar a imunidade parlamentar e processar a deputada opositora María Corina Machado.

“Os relatórios sobre a detenção do prefeito de San Cristóbal, Daniel Ceballos, e o de San Diego, Vicencio Scarano, nos preocupam profundamente”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, em sua entrevista coletiva diária.

“A Venezuela deveria deter a violência contra os cidadãos e os funcionários de oposição, libertar aqueles injustamente presos, suspender as restrições à liberdade de imprensa e comprometer-se com um diálogo inclusivo”, acrescentou Psaki.

Ceballos foi detido na quarta-feira após a expedição de uma ordem de apreensão que o acusa de formação de quadrilha; enquanto Scarano foi condenado no mesmo dia pela Corte Suprema a 10 meses e 15 dias de prisão e à revogação de seu mandato como prefeito por desacato a uma decisão que lhe obrigava a impedir a colocação de barricadas aos manifestantes.

Por outra parte, um porta-voz do Departamento de Estado expressou à Agência Efe sua preocupação pelo caso de Machado, denunciada nesta semana pelo chavismo perante o Ministério Público para seu eventual indiciamento pela violência nos protestos que o país vive desde fevereiro.

“Os problemas da Venezuela não podem ser resolvidos através da criminalização da dissidência”, declarou o porta-voz, que pediu anonimato.

“O governo venezuelano está tentando tirar de uma de suas opositoras sua imunidade parlamentar e julgá-la em um momento no qual deveria estar escolhendo o diálogo acima do confronto, e quando há graves problemas econômicos e sociais que requerem uma solução mediante um processo democrático”, acrescentou.

Machado está de visita em Washington, mas o Departamento de Estado não confirmou por enquanto se manterá contato com ela durante sua estadia na capital americana, onde participará na sexta-feira em uma sessão ordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA).

A Venezuela vive uma onda de protestos desde o último dia 12 de fevereiro contra o governo do presidente Nicolás Maduro que deixou um saldo oficial de 31 mortos, mais de 450 feridos e quase dois mil detidos, 121 deles ainda na prisão. EFE

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