EUA dizem desconhecer motivos de homem que agrediu embaixador com faca
Washington, 5 mar (EFE).- O governo dos Estados Unidos disse desconhecer os “motivos” que levaram um ativista radical a atingir o rosto do embaixador americano em Seul com uma faca e afirmou que a aliança do país com a Coreia do Sul não será afetada por um “ato de violência sem sentido”.
“Não podemos especular sobre os motivos (do agressor) nesse momento”, disse uma porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, em comunicado divulgado nesta quinta-feira.
O embaixador americano na Coreia do Sul, Mark Lippert, foi atingido com uma facada no rosto por um ativista radical que protestou contra as atividades militares conjuntas de ambos os países, agressão que foi comemorada na Coreia do Norte.
“A aliança entre EUA e Coreia do Sul é forte, esses atos de violência sem sentido não nos afetarão”, afirmou Harf.
Lippert, de 42 anos e no cargo desde 2014, foi submetido a uma cirurgia após o ataque e agora se recupera em um hospital de Seul, explicou Harf.
O funcionário diz estar “bem”, apesar de ter sofrido ferimentos em cinco lugares diferentes, incluindo uma incisão de 11 centímetros de comprimento e três de profundidade da bochecha direita até o queixo, segundo os médicos.
A polícia nacional da Coreia do Sul abriu uma investigação sobre o incidente, que aponta para uma ação isolada de um fanático, Kim Ki-jong, de 55 anos.
Kim já passou dois anos na prisão por outra tentativa de agressão a um diplomata. Em 2010, ele lançou uma pedra em direção ao embaixador do Japão em Seul, mas não conseguiu acertar o alvo.
O suspeito comanda uma organização de tendência ultranacionalista com 56 membros chamada Woorimadang (“Nosso Lugar”). No site da entidade é possível ler duras críticas às atividades dos exércitos sul-coreano e americano.
Além dos discursos contra a presença americana na Coreia do Sul e a favor da unificação com o Norte, o detido também disse não estar arrependido de ter atingido o embaixador, revelou que a faca era sua e que tinha planejado a agressão há dez dias.
Embora praticamente se descarte o envolvimento da Coreia do Norte nesse incidente, o regime de Kim Jong-un comemorou o ataque ao considerar ter sido “um castigo merecido” para os EUA. EFE
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