EUA dizem que Rússia “não pode vetar a verdade” sobre suas ações
Os Estados Unidos afirmaram neste sábado no Conselho de Segurança da ONU que a Rússia pode vetar a resolução contra o referendo da Crimeia, “mas não pode vetar a verdade” sobre sua atuação na Ucrânia.
Depois que a Rússia vetou hoje a resolução apresentada pelos Estados Unidos para defender a integridade territorial da Ucrânia, a embaixadora de Washington nas Nações Unidas, Samantha Power, disse que Moscou “usou seu veto como cúmplice de uma incursão militar ilegal”.
O embaixador russo, Vitaly Churkin, foi o único que votou contra, com a abstenção chinesa e o voto a favor dos 13 membros restantes do Conselho.
“A Rússia tem o poder de vetar a resolução, mas não pode vetar a verdade”, declarou Power.
A embaixadora americana ressaltou que o texto da resolução se baseia em princípios jurídicos das Nações Unidas, como a proibição do uso da força e a defesa da integridade territorial dos estados, “pontos que a Rússia defende por todo o mundo, exceto em assuntos que lhe afetam”.
Power lembrou que a Rússia segue impedindo a chegada de observadores e monitores internacionais à Crimeia, enquanto continua “acumulando tropas” junto às fronteiras da Ucrânia.
O embaixador francês, Gérard Araud, afirmou seu “sentimento de incredulidade” perante os argumentos russos, que justificam ou não justificam o direito de autodeterminação segundo lhe convém.
“Não podemos justificar o injustificável”, comentou.
Araud afirmou que, com seu veto de hoje, “a Rússia vetou a Carta das Nações Unidas”, e advertiu que os movimentos de Moscou na Crimeia estão gerando “preocupação” nos países vizinhos com minorias russas.
Já o embaixador britânico, Mark Lyall Grant, destacou que o voto demonstra que “a Rússia está isolada no Conselho e na comunidade internacional” e é a “única” que defende a consulta.
O Reino Unido pediu então a Moscou para “escutar a voz comum da comunidade internacional, a repensar suas ações e a trabalhar com a Ucrânia e o resto do mundo para uma solução pacífica”.
“Se a Rússia não responder à mão estendida da Ucrânia e continuar com sua aventura militar ou tenta aproveitar-se deste referendo ilegal, levará a uma maior escalada de tensão na região e a mais consequências para a Rússia”, advertiu Lyall Grant.
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