EUA dizem que tráfico na América Latina é mais eficiente que FedEx
Washington, 26 fev (EFE).- As rotas do tráfico de armas e drogas na América Latina “são mais eficientes do que o FedEx jamais poderá sonhar ser”, afirmou nesta quarta-feira general John Kelly, responsável pelo Comando Sul dos Estados Unidos.
A comparação com a Federal Express, multinacional de transportes de encomendas, foi feita em uma audiência do Comitê das Forças Armadas da Câmara dos Representantes para explicar que as redes do tráfico na América Latina “são eficientes e estão se diversificando” para lidar com todo produto ilícito “que gere lucro”.
Estas redes que se movimentam por terra, mar e ar contam com uma complexa organização de pessoal e transportam, segundo Kelly, armas, drogas, mineração e madeira ilegal, assim como outro tipo de bens fora da legalidade desde o coração da América Latina à América Central, e daí para o México até finalmente chegar aos Estados Unidos.
O general disse que o Pentágono é capaz de detectar uma grande parte do tráfico de drogas e armas que transita pela região, mas não dispõe de recursos para intervir em dois terços desses movimentos ilegais antes que cheguem aos Estados Unidos.
Apesar de tudo, as missões marítimas conseguiram ano passado apreender 132 toneladas de cocaína sem recorrer à violência alguma, o que não acontece quando as cargas chegam a terra, nem quando entram nos Estados Unidos.
“O mais importante é interceptar os envios no mar antes que cheguem ao México, virtualmente equivalente a ter entrado nos Estados Unidos, já que nesse momento são dificilmente detectáveis”, explicou Kelly, responsável da região militar americana que cobre América do Sul.
O oficial também destacou a importância de consolidar as relações com países na região, treinar as forças da ordem e promover o respeito aos direitos humanos.
Kelly destacou especialmente o trabalho da Colômbia na luta contra o tráfico e a produção de drogas, “um trabalho pelo qual não recebem suficiente reconhecimento”, assegurou.
Já o titular do Comando Norte, o general Charles Jacoby, destacou que a captura do chefe do Cartel de Sinaloa, Joaquín “El Chapo” Guzmán, foi um exemplo do compromisso das agências federais e militares americanas na luta contra os cartéis mexicanos de drogas.
Jacoby louvou o trabalho do presidente do México, Enrique Peña Nieto, por sua estratégia de enfraquecimento do Cartel de Sinaloa e destacou “os esforços do exército mexicano nesta grande batalha”.
No entanto, o general lembrou que o Cartel de Sinaloa é “forte e adaptável” e apesar dos avanços esta é uma “longa e dura batalha”. EFE
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