EUA e BID apoiam plano do norte da América Central para reduzir emigração
Lucía Leal.
Washington, 14 nov (EFE).- Os Estados Unidos e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apoiaram nesta sexta-feira o plano apresentado por Honduras, Guatemala e El Salvador para atrair investimentos para a região e assim reduzir seus problemas estruturais, para evitar que seus cidadãos se sintam forçados a emigrar.
O vice-presidente de EUA, Joe Biden, e o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, pediram à comunidade internacional e ao setor privado que apresentem recursos e assistência técnica para o que o plano regional, elaborado conjuntamente pelos três países do triângulo norte da América Central e apresentado hoje em Washington, seja bem sucedido.
“Sempre que houver vontade política (em Honduras, Guatemala e El Salvador), os Estados Unidos estarão preparados para trabalhar para conseguir avanços que beneficiarão todo o hemisfério”, afirmou Biden durante uma conferência no BID.
Os presidentes da Guatemala, Otto Pérez Molina; de Honduras, Juan Orlando Hernández; e de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén, apresentaram juntos o projeto, intitulado “Plano da Aliança para a Prosperidade do Triângulo do Norte”.
Os três presidentes solicitaram ao BID a criação de uma “secretária técnica” que dê suporte aos três países na implementação do plano.
Tanto Biden como Moreno e os três presidentes centro-americanos lembraram o exemplo do “Plano Colômbia”, que na década passada permitiu ao país reduzir substancialmente os níveis de violência e impulsionar a economia.
Biden disse não ver “nenhuma razão pela qual a América Central não possa se transformar no próximo grande história de êxito no hemisfério”.
“Mas nenhuma quantidade de assistência financeira vai resolver este problema. O ingrediente chave não é dinheiro, mas a vontade política para tomar algumas decisões extremamente difíceis nesses países”, advertiu o vice-presidente americano.
Ele destacou a importância de avanços para “combater a corrupção, garantir que os crimes sejam investigados e punidos, que os tribunais sejam justos”.
Biden pediu ainda aos líderes empresariais da América Central que “invistam mais em seus próprios países, em vez de enviar dinheiro para o exterior”, por considerar que o setor privado tem um papel importante a desempenhar.
Além disso, disse que “México e Colômbia continuam a ser motores de crescimento econômico e energia na região, e podem ajudar a proporcionar à América Central eletricidade mais acessível; enquanto a Europa pode fornecer experiência técnica e assistência financeira”.
O governo americano pediu a alguns meses ao Congresso mais US$ 300 milhões para a América Central – que ainda não foram aprovados.
O presidente do BID afirmou que o plano apresentado pelos presidentes pode ser benéfico para “toda a América Latina, mas exigiria investimentos e sacrifícios muito substanciais do setor privado”.
O plano apresentado hoje tem quatro linhas estratégicas: dinamizar o setor produtivo, desenvolver o capital humano, melhorar a segurança e o acesso à justiça, e fortalecer as instituições.
Biden também lembrou a crise provocada pela chegada de mais de 68 mil menores aos Estados Unidos no último ano, a maioria vindos do triângulo norte da América Central.
Ele anunciou que, a partir de dezembro, o governo americano permitirá que os menores de El Salvador, Guatemala e Honduras com um familiar legal nos EUA tramitem o pedido de refúgio ou de permissão de estadia nos escritórios de seu próprio país.
Isso será uma alternativa “segura e legal à perigosa viagem que alguns começam, mas nunca terminam”, indicou Biden.EFE
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