EUA e Cuba não definem prazo para reabertura de embaixadas
A secretária de Estado adjunta norte-americana, Roberta Jacobson, afirmou hoje (22) que nenhum prazo foi fixado para reabertura de embaixadas em Cuba e nos Estados Unidos. A afirmação foi divulgada após a primeira reunião sobre restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países.
“Não posso dizer exatamente quando isso ocorrerá. Vamos trabalhar sobre esses pontos, o mais rápido, que pudermos e iremos [reabrir uma embaixada] logo que sejamos capazes de solucionar todas as questões práticas que precisamos resolver”, afirmou Roberta, em declarações em Havana.
Em nota enviada pelo Departamento de Estado norte-americano, ela informou que a primeira rodada de conversações com Cuba foi marcada por “um diálogo positivo e construtivo”.
“Discutimos os termos reais e os passos concretos necessários para o restabelecimento das relações diplomáticas entre nossos países. Discutimos a abertura de embaixadas e quais são as expectativas sobre funcionamento da Embaixada dos Estados Unidos em Havana”, acrescentou a secretária de Estado adjunta. Ela liderou a delegação norte-americana na reunião.
Roberta Jacobson disse que as novas regras do embargo comercial a Cuba, anunciadas semana passada pelo Departamento do Tesouro e do Comércio norte-americano, demonstram “a amplitude e a profundidade do compromisso do presidente [Barack Obama] com a nova direção da política dos Estados Unidos em relação a Cuba”.
“Os esforços para normalizar as relações serão um processo extenso. Ele vai além do estabelecimento de relações diplomáticas ou da abertura de uma embaixada. Hoje, demos novos passos nessa nova direção”, concluiu.
As conversas surgem após os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, terem anunciado, em 17 de dezembro de 2014, uma aproximação histórica entre os dois países, que estão separados unicamente pelos 150 quilômetros do Estreito da Flórida e que não têm relações diplomáticas oficiais há mais de meio século.
O embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba foi imposto pelos Estados Unidos em 1962, depois do fracasso da invasão da ilha, em 1961, para tentar derrubar o regime de Fidel Castro. A invasão ficou conhecida como o episódio da Baía dos Porcos.
A reunião na capital cubana foi o primeiro encontros oficial após 18 meses de negociações secretas entre Washington e Havana, com apoio do Vaticano e do governo do Canadá. A delegação cubana foi chefiada por Josefina Vidal Ferreira, diretora-geral do Departamento para Assuntos Norte-Americanos do Ministério das Relações Exteriores.
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