EUA e Cuba retomam relações diplomáticas e abrem embaixadas nesta 2ª feira

  • Por Agencia EFE
  • 19/07/2015 11h45
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Lucía Leal.

Washington, 19 jul (EFE).- Estados Unidos e Cuba restabelecerão nesta segunda-feira as relações diplomáticas e abrirão embaixadas nas respectivas capitais após meio século de inimizade, feito que o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, marcará com uma visita histórica a Washington e uma reunião com seu colega John Kerry.

Sete meses depois que os presidentes americano, Barack Obama, e cubano, Raúl Castro, surpreenderam o mundo com o anúncio de um processo de aproximação bilateral, os dois governos darão fim a décadas de hostilidade com a reabertura das embaixadas e o reatamento das relações diplomáticas que romperam em 1961.

Rodríguez assistirá à reabertura da embaixada de Cuba, um edifício construído em 1917 a três quilômetros da Casa Branca e que agora sedia o Escritório de Interesses cubano em Washington, uma representação diplomática que os dois países instalaram nas respectivas capitais em 1977.

Sua visita será a primeira com caráter oficial a Washington por um ministro das Relações Exteriores de Cuba desde 1959, segundo o governo cubano.

A delegação presidida por Rodríguez é formada por 30 pessoas, incluindo ex-diplomatas e representantes de setores como cultura, educação, saúde, ciência, organizações de massas do país e o Conselho de Igrejas de Cuba; entre os quais estarão o cantor Silvio Rodríguez e o historiador Eusebio Leal.

A futura embaixada em Cuba convidou cerca de 500 americanos, entre eles legisladores e representantes do governo dos EUA como a secretária-adjunta para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, Roberta Jacobson.

Na cerimônia presidida por Rodríguez será içada a bandeira cubana em frente ao edifício, será revelada uma placa que identificará a mansão como a embaixada de Cuba e o ministro pronunciará um breve discurso.

Pela tarde, Rodríguez se reunirá com o chefe da diplomacia americana, John Kerry, no Departamento de Estado.

Essa será sua segunda reunião oficial, depois da que ocorreu no Panamá às vésperas da Cúpula das Américas em abril, que marcou o encontro de maior nível entre os governos de ambos os países desde 1958.

O componente histórico nesta ocasião estará na própria visita a Washington de Rodríguez, que nunca esteve na capital americana, e na entrevista coletiva que concederá junto a Kerry depois da reunião, a primeira conjunta de um secretário de Estado e um chanceler cubano em mais de meio século.

Enquanto a abertura da embaixada cubana em Washington se realizará em grande estilo, a missão americana em Havana mudará de status sem grandes festejos, segundo antecipou o Departamento de Estado.

Os EUA adiarão a cerimônia até que Kerry visite Havana, uma viagem ainda sem data estabelecida e que marcará a primeira parada de um secretário de Estado americano em Cuba desde 1945.

“Não haverá nenhuma bandeira tremulando na embaixada americana em Havana até que o secretário de Estado chegue para oficializar a cerimônia. Não há nenhum requisito legal para içar a bandeira” no dia da abertura, disse um alto funcionário americano, que pediu o anonimato, em entrevista na sexta-feira.

No entanto, a partir de amanhã, o Escritório de Interesses americano em Cuba começará a funcionar como embaixada, o que significará uma mudança na categoria dos funcionários, segundo o Departamento de Estado.

Os atuais chefes das seções de interesses de Cuba, José Ramón Cabañas, e dos EUA, Jeffrey DeLaurentis, passarão a ser encarregados de negócios enquanto ambos os governos nomeiam seus respectivos embaixadores.

Apesar do restabelecimento das relações diplomáticas, EUA e Cuba ainda terão temas pendentes em seu processo de normalização, que, segundo ambos os lados reconhecem, não poderá ser fechado até que se suspenda o embargo imposto à ilha em 1962, algo que só pode ser feito pelo Congresso americano.

Outros assuntos pendentes são os diálogos sobre direitos humanos, telecomunicações e tráfico de pessoas, além das conversas sobre as exigências de compensação econômica de ambas as partes e a solicitação de Washington de extraditar alguns fugitivos procurados pela Justiça americana. EFE

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