EUA e Cuba retomarão negociação diplomática em 27 de fevereiro, em Washington

  • Por Agencia EFE
  • 17/02/2015 18h28

Washington, 17 fev (EFE).- Estados Unidos e Cuba realizarão no próximo dia 27 de fevereiro, em Washington, a segunda rodada de negociações para o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, informou nesta terça-feira a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki.

Depois do início do processo histórico de reaproximação entre os dois países, anunciado pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro em dezembro, o primeiro encontro bilateral entre americanos e cubanos ocorreu em janeiro, em Havana.

Psaki não confirmou quem vai liderar as novas negociações, porém, a última rodada foi presidida pela secretária-adjunta para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, Roberta Jacobson, e pela diretora-geral para os EUA do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Josefina Vidal.

O senador democrata Mark Warner, que está em visita a Cuba acompanhado de outros dois parlamentares americanos, antecipou mais cedo que as equipes de ambos os países voltariam a se reunir na próxima semana, mas não tinha cravado datas.

Nos encontros de janeiro, as delegações dos dois países traçaram um roteiro para retomar as relações bilaterais, que em sua etapa inicial tem a reabertura de embaixadas como um dos principais objetivos.

Jacobson ressaltou na época que as negociações serão um processo longo e complexo, dadas as “profundas diferenças” entre EUA e Cuba, mas apostou que isso não será um obstáculo para o restabelecimento dos laços diplomáticos, rompidos desde 1961.

Para o governo cubano, é essencial que os EUA eliminem o embargo contra a ilha – algo que só pode ser feito pelo Congresso – e que Cuba saia da lista de países patrocinadores do terrorismo, elaborada pelo Departamento de Estado.

Outro dos pontos de atrito frequente entre os países são as discussões sobre direitos humanos, um assunto que, segundo Jacobson, foi abordado na reunião de janeiro e é considerado como “fundamental” para a normalização das relações. Já Vidal negou que a questão tivesse sido colocada em pauta.

Enquanto isso, o governo de Barack Obama começou a dar passos para a abertura a Cuba e, na última sexta-feira, anunciou que autorizará as importações de alguns bens e serviços do setor privado de Cuba, apesar de importantes exceções.

Além disso, em janeiro, Estados Unidos anunciou a suavização das sanções que limitavam as viagens de americanos e proibiam intercâmbios cambiais e de bens com Cuba, o que permite, entre outras coisas, o uso de cartões de crédito americanos em território cubano.

Por outro lado, a líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes de EUA, Nancy Pelosi, chegará hoje a Cuba dentro da primeira delegação oficial desse parlamento que viaja à ilha desde o início do processo de restabelecimento das relações diplomáticas. EFE

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