EUA e Reino Unido condenam sequestro de chefe de gabinete do Iêmen
Sana, 17 jan (EFE).- A embaixada dos Estados Unidos em Sana pediu neste sábado em comunicado a libertação imediata de Ahmed Awad Mubarak, chefe de gabinete do presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansour Hadi, sequestrado hoje de manhã quando se dirigia ao palácio presidencial.
A embaixada americana qualificou o sequestro de “tática intimidatória, que busca silenciar as vozes que defendem a paz e a estabilidade no Iêmen”.
Os Estados Unidos ressaltaram que o Iêmen se encontra em “uma encruzilhada” e que os desafios políticos que enfrenta só serão resolvidos mediante “um diálogo pacífico” sobre vários temas, como a Constituição.
A embaixadora britânica em Sana, Jane Marriott, expressou sua preocupação pelo sucedido e pediu a libertação de Mubarak, ao lembrar que ele teve um grande papel em defender a revolução de 2011 que tirou Ali Abdullah Saleh, aliado dos houthis, do poder.
Neste sábado um grupo de houthis, alguns vestidos com uniforme militar, pararam o carro em que Mubarak estava na rua Al Setin a caminho do palácio presidencial e o levaram para um paradeiro desconhecido.
Uma fonte de segurança disse à agência Efe que um dos motivos desse sequestro pode ser evitar a entrega da minuta da nova Constituição iemenita à instituição nacional que deve convocar um referendo.
O projeto de Carta Magna estipula a divisão do país em seis regiões sob um novo Estado federal, o que é rejeitado pelo movimento xiita, que quer dividir o país em duas províncias.
Segundo a televisão “Al Masira”, dois houthis, representantes do movimento, se retiraram de uma reunião com Hadi por sua oposição à minuta.
O sequestro evidência de novo a complicada relação entre a presidência e os houthis, que controlam sete províncias do Iêmen desde setembro, entre elas Sana.
Os houthis ocuparam os edifícios governamentais de Sana, estabeleceram postos de controle nas cidades em suas mãos e invadiram escritórios e casas de membros do Executivo e de grupos rivais.
No início desse mês Hadi acordou com os houthis iniciar um diálogo para pôr fim às diferenças, agravadas pela contínua expansão militar do movimento, que descumpre um acordo assinado em 21 de setembro.
Esse pacto estipula a retirada dos milicianos houthis das cidades, e define a presença deste movimento em todos os órgãos do Estado, tanto civis como militares.
Por isso, nas últimas semanas, pessoas ligadas aos houthis foram nomeadas para altos postos, como é o caso do general Abdelrazeq al Maruni, designado líder das Forças de Segurança Especiais. EFE
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