EUA e Rússia pedem um cessar-fogo “limitado” na região de Aleppo

  • Por Agencia EFE
  • 13/01/2014 10h45

Paris, 13 jan (EFE).- Os responsáveis das Relações Exteriores dos Estados Unidos, John Kerry, e Rússia, pediram nesta segunda-feira um cessar-fogo “limitado” na Síria que afete a região de Aleppo, prévio à abertura de negociações em Genebra.

O chamada, apoiado pelo representante da ONU e da Liga Árabe para a região, Lakhdar Brahimi, serviria para criar “uma boa atmosfera” para a reunião de Genebra 2 de 22 de janeiro, destinada a buscar uma “saída política” ao conflito armado.

Junto a este cessar-fogo, Lavrov e Kerry pediram que se avance na troca de prisioneiros entre os adversários e que se permita de forma urgente o acesso às zonas mais afetadas para socorrer a população civil.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, o ministro russo e o enviado da ONU mantiveram um encontro na Embaixada americana em Paris para preparar a reunião de Genebra 2, um dia depois que Kerry participou da cúpula dos 11 países que apoiam a oposição síria na capital francesa.

Lavrov, por sua vez, deve se reunir com seu colega francês, Laurent Fabius, que receberá Kerry posteriormente.

Os chefes da diplomacia dos Estados Unidos e Rússia coincidiram em assinalar a “urgência” com a qual devem desenvolver ações na Síria tendentes a evitar mais derramamento de sangue, por isso que pediram que não esperem o início das negociações em Genebra para que sejam tomadas atitudes.

No entanto, os chefes discordaram sobre a participação do Irã na rodada que do próximo dia 22.

Enquanto Lavrov acha que Teerã deve ter seu lugar nas negociações como país vizinho ao mesmo nível da Arábia Saudita, Kerry assinalou que o Irã deve antes reconhecer que a reunião está prevista para implementar o acordo alcançado na primeira cúpula de Genebra, que foi realizada em junho de 2012.

Os Estados Unidos, da mesma forma que a França, destacam que nesse primeiro encontro foi acordado iniciar um Governo de transição no país com poderes executivos, o que representa para eles a saída do poder de Bashar al-Assad.

Teerã, por sua parte, cujo responsável das Relações Exteriores, Javad Zarif, deve viajar em breve a Damasco, assegura estar “disposta” a participar de Genebra 2.

Lavrov se mostrou menos taxativo nesse ponto, considerou que o Irã tem que participar do encontro e rejeitou sua exclusão por questões ideológicas.

O ministro russo lembrou que mantêm contatos com Teerã sobre seu programa nuclear, por isso que também pode intervir neste assunto.

“Todos os países concernidos devem ser convidados”, indicou o ministro russo.

Tanto Lavrov como Kerry pediram à oposição que vá à reunião de Genebra, mas enquanto o americano reconheceu a pressão à qual os moderados estão submetidos pela crescente presença de grupos terroristas no território, o russo foi menos clemente.

“Apresentar esta oposição como um contraponto aos extremistas nos parece errôneo”, afirmou Lavrov, que assinalou que elementos da oposição mudam de lado “em função de que pague mais dinheiro” e falou da presença de “jihadistas e de mercenários” em suas fileiras.

Brahimi, que lembrou que é o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que convida os participantes à convenção de Genebra, se limitou a assegurar que estão estudando o assunto.

Por enquanto, Ban convidou a Arábia Saudita, principal apoio regional da oposição síria, mas não o Irã, que apoia Bashar al-Assad. EFE

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