EUA e Uruguai acertam avançar rumo à isenção recíproca de vistos

  • Por Agencia EFE
  • 12/05/2014 21h36

Washington, 12 mai (EFE). – Os governos dos Estados Unidos e do Uruguai acertaram nesta segunda-feira criar duas comissões técnicas para avançar rumo à isenção de vistos para o turismo entre ambos os países, conforme anunciou a comitiva ministerial que acompanha o presidente do Uruguai, José Mujica, em sua visita oficial a Washington.

“Foi acordada a criação de uma comissão para continuar trabalhando o programa de isenção de vistos”, disse o chanceler do Uruguai, Luis Almagro, durante entrevista coletiva em Washington.

O ministro do Interior do Uruguai, Eduardo Bonomi, informou à imprensa uruguaia que acompanha Mujica que serão instaladas “duas comissões que estudem a troca de informação entre as policiais do Uruguai e dos Estados Unidos”.

Segundo Bonomi, o Uruguai já cumpre um dos requisitos exigidos pelas autoridades dos EUA para o programa de isenção: que a porcentagem de vistos negados por ano aos cidadãos do país em questão não supere 3% de todas as solicitações.

Agora, o Uruguai trabalhará na implantação do chamado passaporte biométrico ou eletrônico. Somente quando isso for aprovado, serão iniciados os passos práticos para o acordo. Bonomi adiantou que o processo levará tempo e que só deve ser finalizado no próximo governo do Uruguai, que assume em 1 de março de 2015.

“Contudo, para chegar a isso é preciso começar agora”, acrescentou.

Os Estados Unidos concederam, até agora, o programa de isenção de vistos (VWP, sigla em Inglês) a 37 países, europeus na maioria. Em fevereiro, o Chile se tornou a primeira nação latino-americana a entrar no grupo.

Durante sua visita a Washington, a delegação ministerial que acompanha Mujica também conversou sobre a possibilidade de exportar aos EUA carne de carneiro com osso, após ter conseguido a abertura do mercado americano a esta carne desossada no começo deste ano.

“Estamos iniciando a gestão e pode ser que dentro de dois ou três anos ela possa culminar”, explicou Mujica em entrevista coletiva.

O presidente acrescentou que seu governo pediu ao americano para obter uma certidão especial para a exportação de “carne natural” do Uruguai, ou seja, aquela de animais que só comem pasto e não recebem qualquer tipo de hormônio ou antibiótico, e que, segundo Mujica, “pode ter um preço melhor” que os outros produtos de carnes.

Mujica expressou também sua preocupação porque o Banco Mundial qualificou o Uruguai como país de renda alta.

“Isso nos expõe a perder certas vantagens em uma faixa de exportações de cerca de US$50 milhões”, ponderou.

E finalizou: “o governo lutará com unhas e dentes para conservar essa fração de mercado”. EFE

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