EUA estudam proposta russa de “conversas militares” sobre crise na Síria
Washington, 16 set (EFE).- O governo dos Estados Unidos está considerando uma proposta da Rússia para iniciar uma série de “conversas militares” sobre o conflito na Síria, disse nesta quarta-feira o secretário de Estado americano, John Kerry.
“Os russos propuseram que mantenhamos conversas militares para discutir o que precisamente será feito para reduzir o conflito e os riscos potenciais que podem ocorrer. Também para termos uma compreensão completa e clara quanto ao caminho a seguir e quais são as intenções”, afirmou o chefe da diplomacia americana.
Em declarações dadas aos jornalistas após se reunir com a ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Maite Nkoana-Mashabane, Kerry afirmou que a Casa Branca, o Pentágono e o Departamento de Estado estão estudando a ideia proposta pelo chanceler russo, Sergei Lavrov, em uma conversa por telefone realizada na terça-feira.
Kerry expressou a Lavrov a inconformidade dos EUA com a ajuda que a Rússia fornece ao regime de Bashar al Assad na Síria, e reiterou o “compromisso” americano de formar uma coalizão de mais de 60 países para combater o Estado Islâmico (EI), da qual o presidente sírio disse “jamais poder ser um membro crível”.
O governo americano daria “as boas-vindas a um papel construtivo da Rússia nos esforços de luta contra o EI”, apontou Kerry, para quem “não existe solução militar” para o conflito na Síria. Na avaliação do secretário de Estado, o problema só pode ser resolvido com uma transição política sem Assad no poder.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ontem que Moscou seguirá apoiando com ajuda técnico-militar o regime sírio em sua luta contra os grupos terroristas como o EI.
Putin negou que o respaldo russo a Assad seja a causa da crise de refugiados. Por outro lado, destacou que, se não tivesse auxiliado Damasco, o número de imigrantes seria ainda maior.
O conflito vivido pela Síria desde março de 2011, quando surgiram uma série de protestos contra o governo de Assad, já deixou 220 mil mortos e mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos, assim como 7,6 milhões de deslocados internos, segundo estimativas da ONU. EFE
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