EUA exigem libertação de detidos no massacre da Praça da Paz Celestial

  • Por Agencia EFE
  • 04/06/2014 16h18

Washington, 4 jun (EFE).- Os Estados Unidos pediram nesta quarta-feira à China a libertação dos detidos no massacre da Praça da Praça da Paz Celestial há 25 anos para elaborar um registro dos mortos e desaparecidos na ocasião e pôr fim a sua campanha de “assédio e represálias” contra os que continuam denunciando os fatos.

A Casa Branca e o secretário de Estado, John Kerry, publicaram comunicados por ocasião dos 25 anos do massacre na Praça da Paz Celestial, ocorrido em 4 de junho de 1989.

“Chamamos às autoridades chinesas a libertar da prisão todos aqueles que ainda cumprem sentenças em conexão com os fatos de 4 de junho de 1989 e acabar com a contínua pauta de assédio, detenção e retribuição oficial contra aqueles que participaram das manifestações, seus parentes, e aos que seguem denunciando com coragem”, disse Kerry.

Por sua vez, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, pediu ao governo da China para “dar conta dos assassinados, detidos e desaparecidos com relação aos fatos de 4 de junho de 1989”.

“Os Estados Unidos sempre falarão em apoio das liberdades básicas que buscavam os manifestantes da praça de Praça da Paz Celestial, incluindo a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e as liberdades de associação e assembleia”, acrescentou Carney.

O presidente dos EUA, Barack Obama, também mencionou o massacre durante seu discurso em Varsóvia para comemorar o 25º aniversário das primeiras eleições parcialmente livres que a Polônia celebrou após a etapa comunista.

“A história nos mostra a nunca dar por certos o progresso e a liberdade. Há 25 anos que os poloneses votavam aqui no mesmo dia em que os tanques achatavam os manifestantes pacíficos pela democracia na Praça da Paz Celestial no outro lado do mundo”, disse Obama, ressaltando a importância da “inclusão e tolerância”.

Kerry, por sua vez, reiterou o chamado à libertação dos detidos nos dias anteriores aos 25 anos do massacre, como já fez esta terça-feira a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf.

O governo chinês, através do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hong Lei, pediu hoje aos EUA que respeitem sua “soberania judicial e pare de fazer comentários irresponsáveis sobre assuntos internos” do país asiático, em resposta aos comentários de Harf de terça-feira.

No entanto, Kerry reconheceu que a “China fez um progresso social e notável nas últimas décadas” desde o massacre, e opinou que esse avanço “se verá definido (a partir de agora) por sua abertura não só ao resto do mundo, mas às vozes e perspectivas diversas dos cidadãos da China”.

“O debate e o exame aberto dos eventos de 1989 e uma completa apuração dos assassinados, detidos ou desaparecidos seria um sinal de força e recuperação, não de fraqueza e divisão”, assinalou Kerry.

Em 4 de junho de 1989, o exército chinês atacou com violência o protesto pró-democrático que universitários e operários faziam há semanas na Praça da Paz Celestial, em frente à emblemática Cidade Proibida, causando a morte de entre 300 e 2.600 pessoas, segundo distintas estimativas. EFE

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