EUA garantem que Guantánamo “não está na mesa” da negociação com Cuba

  • Por Agencia EFE
  • 04/02/2015 15h55

Washington, 4 fev (EFE).- A secretária-adjunta para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Roberta Jacobson, negou nesta quarta-feira que a devolução do território da base naval americana de Guantánamo esteja sendo considerada nos diálogos sobre a aproximação com Cuba.

“O assunto de Guantánamo não está sobre a mesa nestas negociações”, declarou Jacobson em uma audiência perante o Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA.

Com esta contundência, Jacobson, que lidera as conversas do governo americano com as autoridades cubanas para o degelo das relações, descartou qualquer possibilidade de que os Estados Unidos utilizem essa região, onde se encontra também a prisão de segurança máxima de Guantánamo, como uma moeda de troca.

Os legisladores perguntaram em diversas ocasiões à diplomata sobre esta questão depois que na semana passada o presidente cubano, Raúl Castro, reivindicou essa parte do território da ilha durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) na Costa Rica.

A representante cubano-americana Ileana Ros-Lehtinen, uma das mais céticas sobre a idoneidade desta nova política em relação a Cuba, considerou em sua intervenção que esse pedido de Castro constitui outra provocação de seu regime aos EUA.

Os Estados Unidos alugaram de Cuba o território onde se encontra a base naval em 1903 e, embora nos anos 80 tenham mudado e atualizado as condições do arrendo, o governo de Castro não aceitou os pagamentos ao reivindicá-lo como solo ocupado.

Os dois países anunciaram no dia 17 de dezembro do ano passado o restabelecimento de suas relações diplomáticas, na busca de uma nova abordagem bilateral.

Ao longo do próximo mês espera-se que seja realizada uma segunda rodada de negociações depois da primeira viagem, liderada por Jacobson há duas semanas à ilha, o que constituiu a primeira visita de uma delegação do governo americano em décadas a território cubano.

A Administração do presidente de EUA, Barack Obama, defende que a política de embargo sobre Cuba, vigente durante os últimos 50 anos, não funcionou, e pediu uma suspensão das restrições que, em última instância, dependem do Congresso. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.