EUA manterão 10.800 tropas no Afeganistão em 2015

  • Por Agencia EFE
  • 06/12/2014 15h30

Cabul, 6 dez (EFE).- O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, afirmou neste sábado, em Cabul, que 10.800 tropas americanas permanecerão no Afeganistão a partir de 2015, mil soldados a mais que os anunciados pelo presidente dos EUA, Barack Obama.

“Quando terminar o ano, e durante os primeiros meses de 2015, permanecerão no Afeganistão 10.800 tropas americanas, em vez de 9.800”, como tinha sido anunciado, disse em entrevista coletiva conjunta com o presidente afegão, Ashraf Ghani.

Hagel explicou que a permanência das tropas americanas no Afeganistão após 13 anos de missão da Otan (Isaf) no final do mês “não mudará”. As tarefas desempenhadas são treinar, assessorar e auxiliar as tropas afegãs.

O secretário de Defesa prestou condolências à família de Luke Somers, jornalista americano morto no Iêmen durante uma operação de resgate dos Estados Unidos em parceria com as tropas iemenitas.

“Nossos corações estão tristes. Nossas orações estão com a família de Luke”, afirmou Hagel. Segundo ele, “todo o possível” foi feito para resgatar o jornalista sequestrado pela Al Qaeda, mas “a operação se complicou”.

Segundo Hagel, a tentativa de resgate confirma a “seriedade” do governo americano sobre a “libertação” de seus cidadãos.

O jornalista americano e um cidadão sul-africano morreram na sexta-feira em uma operação dos exércitos iemenita e dos EUA no centro do Iêmen, segundo um comunicado do Departamento de Defesa, que também informou a morte de “vários terroristas”.

O presidente afegão, que chegou a Cabul neste sábado, após participar de uma cúpula com mais de 50 países em Londres, ressaltou durante a entrevista coletiva o “apoio da comunidade internacional para ter um Afeganistão estável, seguro e próspero”.

A visita de Hagel à capital afegã neste sábado é a quarta desde que passou a ocupar o posto de secretário de Defesa dos EUA. Na sexta-feira, Ashton Carter foi nomeado seu sucessor pelo presidente, Barack Obama.

A viagem a Cabul, que pode ser a última de Hagel como secretário de Defesa, coincide com o fim da Isaf, no dia 31 de dezembro, embora tanto os EUA como a Otan mantenham tropas no Afeganistão além dessa data.

O conflito no país asiático passa por um dos momentos mais violentos desde a invasão dos Estados Unidos, que propiciou a queda do regime talibã há 13 anos.

Muitos ataques rebeldes ocorreram ao longo das últimas semanas, entre eles um atentado suicida que causou a morte de 61 civis em uma partida de vôlei no leste do país em novembro, um dos piores massacres do ano.

Os talibãs também sofreram baixas, principalmente por bombardeios da Isaf e operações do Exército afegão.

Pelo menos quatro insurgentes morreram nas últimas 24 horas em dois ataques com drones americanos na província de Laghman, no leste do Afeganistão, segundo informou à Agência Efe o porta-voz do governador da região, Sarhadi Zwak.

O Ministério da Defesa afegão afirmou em comunicado que outros 32 insurgentes morreram nos dois últimos dias de operações do Exército em diferentes pontos do país. EFE

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