EUA multam grandes bancos em US$ 3 bilhões por manipulação de mercados

  • Por Agencia EFE
  • 20/05/2015 14h46

(Atualiza com mais sanções do Federal Reserve e outros dados).

Washington, 20 mai (EFE).- O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira que cinco dos maiores bancos do mundo terão que pagar em conjunto uma multa de mais de US$ 3 bilhões por manipularem de maneira contínua durante cinco anos o câmbio das divisas em nível internacional.

Aos quase US$ 3 bilhões em “multas e sanções” anunciados em entrevista coletiva pela procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, se somam os US$ 1,6 bilhões que o Federal Reserve anunciou mais tarde também como sanção aos cinco bancos.

As instituições punidas foram as americanas Citigroup e JP Morgan Chase, As britânicas Barclays e Royal Bank of Scotland, e a suíça UBS.

As multas fazem parte em um acordo entre a justiça americana e os bancos, que reconheceram sua responsabilidade na manipulação do mercado de divisas.

Segundo Lynch, estes bancos terão que pagar ao Departamento de Justiça uma multa que no total soma mais de US$ 2,5 bilhões.

A sanção ao Citigroup é de US$ 925 milhões, a do JPMorgan passa de US$ 550 milhões, a do Royal Bank of Scotland é de US$ 395 milhões e a do Barclays de US$ 650 milhões mais US$ 60 milhões por descumprir um acordo prévio.

O departamento de serviços financeiros de Nova York especificou que o Barclays também deverá pagar US$ 342 milhões ao Federal Reserve, fazendo com que a entidade britânica enfrente no total uma multa de US$ 2,4 bilhões.

A quinta entidade, o UBS, o maior banco suíço, concordou em pagar US$ 203 milhões por descumprir um acordo prévio, que exigia à companhia não voltar a incorrer em ações fraudulentas, algo que não respeitou, segundo a Justiça americana.

O UBS anunciou em Genebra que a multa total que terá que pagar às autoridades dos EUA dentro deste acordo passa dos US$ 545 milhões.

Em seu comunicado, o UBS disse que não deverá enfrentar acusações penais por seu comportamento na manipulação de divisas, mas deverá se declarar culpado de más práticas em relação as taxas de juros nos empréstimos interbancários, conhecidos como Libor.

Lynch explicou que esse esquema começou em 2007, quando os operadores de divisas destes bancos formaram um grupo que se auto-intitulou “O Cartel”.

Apropriadamente escolheram esse nome para descrever seu comportamento ilegal durante cinco anos. Quase todos os dias, durante cinco anos, utilizaram uma sala de chat privada para manipular a taxa de câmbio entre euros e dólares utilizando uma linguagem criptografada para ocultar seu complô”, explicou a procuradora-geral.

O comportamento dos bancos “como companheiros, em vez de como concorrentes”, para fazer com que a taxa de câmbio os favorecesse prejudicou “incontáveis” investidores e instituições de todo o mundo, incluindo outros bancos e clientes que acreditaram que o mercado geraria um câmbio competitivo, segundo Lynch. EFE

bpm/cd

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