EUA não divulgarão lista de presos políticos que devem ser libertados em Cuba

  • Por Agencia EFE
  • 06/01/2015 01h47
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Washington, 5 jan (EFE).- O governo dos Estados Unidos afirmou nesta segunda-feira que não vai publicar a lista com os nomes dos 53 prisioneiros políticos cubanos que as autoridades de Havana supostamente se comprometeram a libertar pelo acordo que permitiu a entrega de três espiões do país caribenho e o anúncio de normalização das relações entre as duas nações.

“Quando em dezembro foi feito o anúncio, certamente, os Estados Unidos compartilharam (com Havana) os nomes de indivíduos presos em Cuba por acusações relacionadas com suas atividades políticas. Não acho que vamos divulgar (agora) uma lista pública”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

A porta-voz também afirmou que seu governo não pretende dizer onde estavam presos esses indivíduos e quais deles foram libertados, apesar dos pedidos de transparência e das acusações de sigilo feitas por setores da dissidência cubana.

“Nós compartilhamos os nomes com o governo cubano. Obviamente, é um tema que manteremos com eles”, acrescentou Psaki em relação aos 53 presos políticos que, segundo Washington, Cuba deverá libertar em cumprimento do acordo para normalizar as relações entre os dois países.

No dia 17 de dezembro, o presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciou que seu governo tinha decidido libertar uma série de presos, dos quais Washington “tinha mostrado interesse”, mas não especificou quantos eram, nem suas identidades.

A medida, disse, foi tomada “de maneira unilateral, como é nossa prática, e em estrito cumprimento de nosso ordenamento legal”.

Raúl Castro se referiu dessa forma à libertação de presos ao anunciar o retorno a Cuba de Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Antonio Guerrero, os três agentes cubanos do grupo “Los Cinco”, que ainda permaneciam presos nos EUA desde 1998.

A porta-voz americana garantiu que tanto as autoridades de Washington como as de Havana sabem quem está na lista dos 53 presos políticos, mas acrescentou que “há uma série de passos nos quais ambas as partes têm a necessidade de continuar trabalhando nas próximas semanas”.

Com relação à recente detenção de outros dissidentes por parte das autoridades cubanas, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que “não há motivo para pensar que (as autoridades de Havana) estejam voltando atrás em relação ao acordo”.

Sobre as mudanças políticas na ilha após o histórico anúncio de normalização de relações entre Estados Unidos e Cuba, Psaki relatou que a visão do governo do presidente Barack Obama “nunca foi que elas ocorreriam, nem que seriam implementadas em questão de semanas”.

“Vai levar um longo tempo para mudar”, acrescentou, em referência ao que os EUA têm descrito como “décadas de políticas danosas” do governo cubano. EFE

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