EUA negam ter apoiado secretamente artistas locais em Cuba

  • Por Agencia EFE
  • 11/12/2014 20h50
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Washington, 11 dez (EFE).- O governo dos Estados Unidos reconheceu que estiveram por trás de um programa para apoiar artistas locais em Cuba, mas negou que tenha sido um projeto secreto, segundo uma investigação publicada nesta quinta-feira na imprensa americana.

O projeto da Agência Americana de Cooperação (USAID) teria como objetivo promover cantores de hip-hop e rappers críticos ao governo da ilha para impulsionar mudanças políticas de maneira secreta, com o recrutamento de grupos como Los Aldeanos.

O porta-voz da USAID, Matt Herrick, disse à Agência Efe que é sabido que a agência “apoia programas da sociedade civil em Cuba e em outros ambientes restritivos”, como parte das ações do governo dos EUA para promover a democracia.

“Qualquer afirmação que nosso trabalho é secreto ou encoberto é simplesmente falsa”, indicou o porta-voz, que insistiu que o objetivo dos programas da USAID é apoiar o fortalecimento da sociedade civil.

O programa fazia parte de um contrato de quatro anos, entre 2009 e 2012, com a companhia Creative Associates International.

Segundo os documentos publicados pela imprensa americana, o objetivo era “ajudar a juventude cubana a romper o bloqueio informativo imposto pelo governo cubano” e, em uma segunda fase, desenhar um plano para “promover o acesso sem censura a conteúdo midiático”.

Esta companhia foi responsável por organizar o projeto “ZunZuneo”, que pretendia criar uma espécie de “Twitter cubano”, uma rede social de mensagens através de telefones celulares para fomentar a dissidência entre os jovens da ilha.

A informação indica que vários dos músicos que participaram do programa foram detidos pelas autoridades cubanas, e questiona o valor destes programas já que, ao final, os cidadãos cubanos foram prejudicados.

Questionada, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, assinalou: “reconhecemos que os cubanos comuns correm risco de desagradar as autoridades cubanas participando de iniciativas comunitárias, por isso estes programas são administrados com a discrição apropriada”.

Sobre o programa, Psaki afirmou em sua entrevista coletiva diária que “Estados Unidos promovem valores democráticos no mundo todo, incluídas as sociedades fechadas”.

A porta-voz também reconheceu que o governo de seu país “apoiou um programa de participação da sociedade civil, que focou na música como meio de comunicação cívica legítima”. EFE

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