EUA pedem contenção no Afeganistão até esclarecimento de resultado eleitoral

  • Por Agencia EFE
  • 07/07/2014 16h16
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Washington, 7 jul (EFE).- O governo dos Estados Unidos pediu nesta segunda-feira que as partes envolvidas no processo eleitoral mantenham a calma até que se conheça o resultado final das eleições presidenciais no Afeganistão, perante o enfrentamento entre os dois candidatos por acusações de fraude.

O Departamento de Estado americano destacou que foram feitas “sérias acusações de fraude que ainda têm que ser investigadas adequadamente”.

“Pedimos às duas campanhas e seus seguidores que cooperem com as auditorias e evitem declarações e ações provocativas”, disse em comunicado a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, que ressaltou que os Estados Unidos não apoiam qualquer candidato em particular.

Segundo Psaki, os Estados Unidos apoiam um processo “inclusivo, transparente e crível” que seja amplamente apoiado pelos afegãos e, como resultado, saia um presidente “que possa trazer consigo um Afeganistão unido e governe eficazmente”.

A porta-voz lembrou que os resultados da apuração preliminar divulgados hoje pela Comissão Eleitoral do Afeganistão (IEC), não são definitivos e “poderiam não prever o resultado final”.

O candidato Ashraf Ghani ganhou o pleito com 56,44% dos votos, segundo a primeira apuração preliminar das eleições presidenciais afegãs, que foi rejeitado pela equipe eleitoral de seu oponente, Abdullah Abdullah, que ficou com 43,56%.

“Como a comissão deixou claro, estes resultados não são finais e nenhum dos candidatos deve reivindicar a vitória, segundo este anúncio”, enfatizou.

Pouco antes de conhecer os dados da apuração da rodada final das eleições, realizadas em 14 de junho, a equipes de Abdullah e Ghani tinham acertado voltar a contar os votos em sete mil umas, que poderia afetar três milhões de votos, para garantir a transparência do pleito.

A porta-voz pediu às partes que enviem representantes para observar o processo de auditoria, apoiado pela Organização das Nações Unidas, para que “comece imediatamente” e possa ser concluído antes do tempo estabelecido para a posse do próximo presidente, prevista para 2 de agosto.

Jen Psaki considerou necessária uma revisão “completa e minuciosa” das queixas de irregularidades para garantir a confiança dos afegãos na “integridade” do processo eleitoral, de modo que o novo presidente seja “claramente aceito” dentro e fora do país.

As eleições presidenciais afegãs representam a saída do poder de Hamid Karzai, após 13 anos à frente do país, já que a Constituição proíbe um terceiro mandato.

O processo eleitoral se desenvolve enquanto o conflito no Afeganistão se encontra em um de seus momentos mais sangrentos desde a invasão dos Estados Unidos, que propiciou a queda do regime talibã em 2001.

A força da Otan (Isaf) concluirá sua missão no Afeganistão no final deste ano, mas os Estados Unidos anunciaram que manterão 9.800 soldados no país até completar a saída total no final de 2016. EFE

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