EUA pedem libertação de chinesa condenada por vazar segredos de Estado
Washington, 17 abr (EFE).- O governo dos Estados Unidos pediu nesta sexta-feira a “libertação imediata” da jornalista chinesa Gao Yu, condenada em seu país a sete anos de prisão por revelar segredos de Estado, e assegurou que a sentença faz parte de um “hábito alarmante” do regime de Pequim.
“Instamos as autoridades chinesas a libertar Gao Yu imediatamente e a respeitar os compromissos internacionais da China com os direitos humanos”, disse em sua entrevista coletiva diária a porta-voz do Departamento de Estado americano, Marie Harf.
Gao Yu, uma jornalista dissidente de 71 anos, foi declarada culpada de “revelar segredos de Estado” por publicar uma circular oficial que pedia o fim de “males” como a democracia ocidental.
A jornalista, comentarista política de meios de comunicação como a emissora alemã “Deutsche Welle”, foi detida em abril do ano passado, julgada em novembro, e hoje foi informada da sentença.
“Os Estados Unidos estão profundamente preocupados pela sentença de sete anos de prisão de Gao”, acrescentou a porta-voz da diplomacia americana.
Para Harf, a condenação desta veterana jornalista “faz parte de um hábito alarmante de atuações do governo contra advogados defensores do interesse público, ativistas de internet, jornalistas, líderes religiosos e outros que questionam pacificamente as políticas oficiais chinesas”.
Por sua parte, o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ, na sigla em inglês), com sede em Nova York, denunciou hoje que a pena de sete anos de prisão imposta a Gao demonstra mais uma vez que o governo de Pequim é “incapaz de tolerar” qualquer desvio político em relação à linha oficial.
Segundo dados do CPJ, em dezembro do ano passado existiam 44 jornalistas presos na China, 12 a mais dos que havia na mesma data do ano anterior. EFE
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