EUA pedem que houthis parem de desestabilizar Iêmen
Washington, 25 mar (EFE).- O governo dos Estados Unidos pediu nesta quarta-feira aos houthis que parem de alimentar a instabilidade no Iêmen e confirmou que o presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi abandonou o palácio presidencial, mas não deu informações sobre seu paradeiro.
A porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, disse em sua entrevista coletiva diária que o governo americano esteve em contato hoje mesmo com Hadi e que ele “já não está em sua residência” na cidade de Áden.
No entanto, tanto Psaki como o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, afirmaram não ter informação sobre onde Hadi está, e não quiseram confirmar se continua no Iêmen.
O Ministério da Defesa do movimento xiita dos houthis informou hoje que o presidente fugiu de Áden e está em paradeiro desconhecido.
O órgão de Defesa dos houthis alertou que Hadi poderia fugir do país por via aérea ou terrestre, e ofereceu uma recompensa de 20 milhões de riales iemenitas (cerca de US$ 93 mil) a quem o capturar ou contribuir com informação sobre seu paradeiro.
O ministro das Relações Exteriores de Hadi, Riad Yassin, afirmou em entrevista à “Al Jazeera” que o líder está “em Áden, em um lugar seguro, acompanhando a situação”.
“As ações dos houthis e do ex-presidente (Ali Abdullah) Saleh causaram instabilidade generalizada e um caos que ameaça o bem-estar de todos os iemenitas”, ressaltou hoje Earnest.
O porta-voz do presidente dos EUA, Barack Obama, insistiu que a “violenta tomada do poder” no Iêmen pelos houthis é algo “inaceitável” e voltou a pedir que os rebeldes “parem com a instabilidade”.
O avanço dos houthis ganhou um ritmo vertiginoso desde que capturaram, na primeira hora de hoje, a estratégica base militar de Al Anad, e depois a cidade de Al Huta, capital da província de Lahech, a 50 quilômetros de Áden.
Hadi estabeleceu sua sede e a de seu governo em Áden após fugir da capital iemenita, Sana, em 21 de fevereiro, após o movimento xiita tomar o poder.
De Áden, Hadi se retratou de sua renúncia e anunciou que continuava sendo o presidente legítimo do país, em oposição ao ditado pelos houthis.
O Conselho de Segurança da ONU condenou no fim de semana as últimas ações dos rebeldes houthis no Iêmen e ameaçou impor novas sanções.
Os Estados Unidos fecharam sua embaixada em Sana, mas Earnest reiterou hoje que se trata de algo temporário e que Washington continua se comunicando com a equipe do governo de Hadi. EFE
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