EUA prometem fundos para forças de segurança e desenvolvimento no Afeganistão

  • Por Agencia EFE
  • 23/03/2015 21h30
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Lucía Leal.

Washington, 23 mar (EFE).- O governo dos Estados Unidos prometeu nesta segunda-feira ao presidente do Afeganistão, Ashraf Gani, que destinará recursos a um amplo contingente de forças de segurança pelo menos até 2017 e que fornecerá até US$ 800 milhões para impulsionar o desenvolvimento no país durante o período pós-guerra.

Um dia antes de se reunir na Casa Branca com o presidente Barack Obama, Ghani participou de uma rodada de negociações com o secretários de Estado, John Kerry, e de Defesa, Ashton Carter, ao lado do chefe de governo do Afeganistão, Abdullah Abdullah.

Em entrevista coletiva na residência presidencial de Camp David, os quatro destacaram a força da aliança estratégia bilateral apesar dos 14 anos de guerra e as tensões registradas durante a gestão do último presidente afegão, Hamid Karzai.

“Essa é uma relação básica e estamos muitos orgulhosos que se transformará em algo duradouro”, disse Ghani.

O líder afegão, que chegou ao poder em setembro do ano passado, começou hoje sua primeira viagem aos EUA com uma visita ao Pentágono, na qual agradeceu a atuação dos soldados americanos desde a invasão do país em 2001, que derrubou o regime talibã.

“O sacrifício americano desde o 11 de setembro de 2001 trouxe ao Afeganistão liberdade e esperança”, afirmou Ghani, que morou em Washington por dez anos e trabalhou no Banco Mundial.

Durante as conversas, Ghani obteve o compromisso que o governo americano pedirá recursos ao Congresso para sustentar 352 mil homens das forças de segurança afegãs até pelo menos 2017, afirmou Carter.

O secretário de Defesa alertou que “uma força desse tamanho representará um custo significativo para o Afeganistão e para seus aliados internacionais”, mas garantiu que os EUA trabalharão ao lado do governo afegão para assegurar que as tropas sejam “sustentáveis” e capazes de garantir a segurança no país.

Além disso, Kerry anunciou a destinação de “até US$ 800 milhões em ajuda americana para uma aliança de desenvolvimento”, com o objetivo de “incentivar as atividades de reforma e desenvolvimento lideradas pelos afegãos”.

A iniciativa procura também “fortalecer a sustentabilidade e a transferência fiscal das instituições afegãs, e dar ao novo governo de unidade mais oportunidades de liderar sua própria trajetória de desenvolvimento”, explicou o secretário de Estado.

Ghani afirmou que o acordo incentivará o governo afegão a colocar as finanças em ordem. Além disso, indicou que com os recursos, as forças de segurança poderão se concentrar em suas prioridades.

Ainda há uma pendência entre os dois países. Não se sabe se os EUA ajustarão ou não o ritmo previsto para a retirada de suas tropas do Afeganistão após a solicitação de Ghani para que a presença dos soldados americanos seja prolongada.

“Essas conversas estão em curso e serão o centro da negociação de amanhã com o presidente”, afirmou Kerry.

O presidente afegão, no entanto, revelou que não vai se envolver em nenhuma discussão sobre a quantidade de tropas que devem permanecer no país nos próximos anos, uma decisão que deve ser tomada exclusivamente por Obama.

Até o fim de 2014, a presença dos militares americanos estava amparada pela missão internacional da Otan. Atualmente, estão no país cerca de 10 mil homens para trabalhos de treinamento e assistência das forças afegãs.

Segundo o plano atual, o número de soldados deve ser reduzido pela metade até o fim deste ano. A retirada total está programada para 2016, mas tanto Kerry como Carter afirmam que isso poderá ser modificado. EFE

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