EUA prometem que trabalharão com a Alemanha em caso de agente duplo
Washington, 7 jul (EFE).- Os Estados Unidos prometeram nesta segunda-feira que trabalharão com a Alemanha para “resolver de forma apropriada” as denúncias de um agente duplo que teria vazado informação do Bundestag (câmara baixa) para Washington, mas o governo foi evasivo na confirmação da existência desses relatórios.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse em sua entrevista coletiva diária estar consciente de que “neste fim de semana um cidadão alemão foi detido por supostamente entregar informação do Bundestag a agentes americanos de inteligência”.
Earnest firmou que não estava autorizado a comentar sobre o caso porque se trata de “uma investigação em andamento das forças de segurança alemãs” e um “suposto assunto de inteligência relacionado aos Estados Unidos”, sobre os quais a Casa Branca nunca comenta.
“No entanto, a relação que os Estados Unidos têm com a Alemanha é incrivelmente grande. Temos uma aliança muito próxima, construída sobre a base do respeito, de décadas de cooperação conjunta e valores compartilhados”, afirmou o porta-voz.
“Portanto vamos trabalhar com a Alemanha para resolver isto de forma apropriada”, reforçou.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que, se for provado que o agente alemão cooperava com os serviços secretos dos Estados Unidos, “se trataria de um processo muito sério”.
Questionado sobre essas declarações, Earnest declarou se tratar de comentário sobre algo “hipotético o que não muda o tanto que os Estados Unidos estimam a relação próxima que mantêm com a Alemanha em assuntos de inteligência”.
O suposto agente duplo, detido na quarta-feira, tem 31 anos e é funcionário dos serviços secretos alemães. Ele foi acusado de repassar informação para Washington sobre a comissão parlamentar que investiga a espionagem americana em solo alemão.
Segundo informações de diferentes veículos, que não foram confirmadas nem desmentidas pelo governo alemão, o acusado teria passado 218 documentos internos, incluídas três atas relacionadas à investigação da comissão do Bundestag.
Em troca desses serviços, teria recebido 25 mil euros da espionagem americana, entregues em um encontro na Áustria.
O ministro de Interior alemão, Thomas de Maizière, exigiu hoje uma explicação “rápida e precisa” dos EUA sobre o assunto.
A comissão parlamentar que investiga a espionagem americana em território alemão foi consequência das revelações do ex-técnico da inteligência da NSA, Edward Snowden, que expôs o programa de espionagem de Washington em escala mundial.
Merkel, assim como a presidente Dilma Roussef, foi uma das líderes mundiais espionadas e um de seus telefones celulares foi grampeado durante anos, o que provocou atritos na relação entre Berlim e Washington. EFE
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