EUA querem avanços sobre a mudança climática e melhor estratégia diante do EI

  • Por Agencia EFE
  • 08/06/2015 16h04

Elena Moreno

Elmau (Alemanha), 8 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu seu respaldo nesta segunda-feira ao avanço nas propostas para um bem-sucedido acordo sobre a mudança climática no final do ano, ressaltou a opinião comum do G7 em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia e admitiu que falta uma “estratégia completa” no Iraque para Washington combater os jihadistas.

A situação financeira da Grécia – país ao qual Obama pediu “seriedade” e a realização de reformas que a longo prazo serão benéficaso – uma maior assistência ao Iraque, além da promoção de investimentos e do comércio para que aumente o emprego e o crescimento, centraram a agenda americana na cúpula do G7 realizada na cidade alemã de Elmau.

“Seguimos fazendo progressos para um acordo global sólido sobre a mudança climática no final do ano”, disse Obama, que se reuniu em com o presidente da França, François Hollande. Ambos concordaram em “trabalhar juntos” para alcançar o êxito da cúpula que abordará esse problema em dezembro em Paris.

Os países do G7 (Alemanha, França, Reino Unido, Itália, EUA, Canadá e Japão) apresentaram suas propostas para reduzir as emissões poluentes a partir de 2020, e “seguiremos pedindo a outros emissores significativos que façam o mesmo”, disse Obama em referência a potências em desenvolvimento como Índia e China, reticentes ao compromisso nesse âmbito.

O líder americano reiterou que os EUA seguirão cumprindo com seus compromissos financeiros para ajudar as economias em transição a reduzir o uso do carvão, uma das energias fósseis que mais contribuem para essas emissões.

Em matéria de segurança, o presidente dos Estados Unidos ressaltou o firme apoio do G7 à Ucrânia – também na assistência econômica em troca de reformas – ao mesmo tempo que denunciou o aumento da presença das forças russas que operam no leste ucraniano “violando a soberania e a integridade territorial desse país”.

Obama destacou em sua entrevista coletiva final que “pelo segundo ano consecutivo, é realizada uma cúpula do G7 sem a Rússia, o que é um exemplo a mais de seu isolamento. Cada um dos países do G7 mantém suas sanções à Rússia pela agressão contra a Ucrânia”, da qual já se completaram 15 meses e que acabou na anexação da península da Crimeia, o que a comunidade internacional considera “ilegal e ilegítimo”, assinalou.

O presidente dos Estados Unidos chegou à cúpula do G7 com a intenção de pressionar seus parceiros para que mantenham as sanções contra Moscou, e conseguiu, já que todos estiveram de acordo em chegar inclusive a reforçá-las se for necessário no futuro.

Obama disse que a economia russa “foi seriamente debilitada. O rublo e os investimentos caíram e a inflação subiu. O Banco Central da Rússia perdeu mais de US$ 150 bilhões em reservas”, além de muitas instituições financeiras desse país “ficarem virtualmente fora dos mercados internacionais”.

As sanções ocidentais também afetaram as companhias energéticas e de defesa russas, privadas de algumas tecnologias por essas sanções, o que levou à “Rússia a uma profunda recessão. As ações da Rússia causam prejuízo ao próprio país e sua população”, afirmou Obama.

A saída dessa situação passa por cumprir o acordo de Minsk, conseguido em fevereiro na capital bielorrussa entre Kiev e os rebeldes pró-Rússia com intermediação da Alemanha e França.

“Buscamos uma solução diplomática, mas as sanções seguirão o tempo em que a Rússia seguir descumprindo suas obrigações sob os acordos de Minsk”, afirmou.

Em outro aspecto de segurança internacional, Obama se referiu à luta contra o terrorismo jihadista que atua na Síria e Iraque, e se reuniu com primeiro-ministro Haider Al Abadi em Elmau.

Obama disse Al Abadi que Washington aumentará “a capacitação e assistência” às forças iraquianas para a luta contra o Estado Islâmico (EI), ao admitir “retrocessos” no combate aos jihadistas.

O líder americano admitiu que seu país não desenvolveu uma “completa estratégia” para treinar as forças iraquianas em seu combate contra os militantes de EI, ao mesmo tempo que afirmou houve progressos para expulsar esse grupo terrorista, que proclamou um califado em partes do Iraque e Síria.

Obama antecipou que trabalha com o Pentágono sobre uma estratégia completa que “requereria compromissos de parte dos iraquianos” e que afeta os recrutamentos e a formação das forças.

Anteriormente, após a reunião com o líder iraquiano, Obama admitiu que “os desafios que enfrentamos seguem sendo significativos”, e que na campanha de bombardeios aéreos contra o grupo jihadista no Iraque e Síria houve “sucessos” e “retrocessos”.

A estratégia da coalizão internacional que luta nesses países contra EI recebeu críticas após as derrotas em cidades como o iraquiana de Ramadi e a síria de Palmira. EFE

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