EUA querem mais poder e liberdade para cubanos com reaproximação diplomática

  • Por Agencia EFE
  • 23/01/2015 18h52
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Havana, 23 jan (EFE).- O objetivo da mudança política dos Estados Unidos em relação a Cuba é promover uma maior abertura na ilha, com mais direitos, liberdades e poder ao povo cubano, afirmou nesta sexta-feira a secretária-adjunta para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado americano, Roberta Jacobson.

A diplomata destacou em entrevista coletiva dada em Havana que os direitos humanos e a democracia são “cruciais” para os EUA, mas reconheceu que o tema é tratado com “profundas diferenças” pelo governo de Raúl Castro.

Apesar da ressalva, Jacobson indicou que não há motivo para essas divergências representarem um obstáculo nas conversas iniciadas entre os dois países para restabelecer as relações diplomáticas e promover a reabertura de embaixadas. Nem mesmo restringir o diálogo geral, que contempla um “amplo leque” de assuntos bilaterais.

“No final, o motivo desse processo é tentar dar poder ao povo cubano, com o objetivo de ter, tão perto dos Estados Unidos, um país que também seja livre e democrático”, afirmou Jacobson, fazendo um balanço dos dois dias de conversa com Cuba para buscar a reaproximação diplomática.

Jacobson, funcionária americana de mais alta categoria que visita à ilha em mais de 30 anos, não quis fazer previsões sobre como o processo evoluirá. No entanto, ressaltou que uma mudança de postura dos EUA em relação a Cuba era necessária, já que a política anterior não produziu os resultados esperados.

“Não tenho uma bola de cristal para saber o que vai acontecer no futuro, mas sei o que ocorreu nos últimos 50 anos. Nossa política só nos isolou e não deu poder ao povo cubano, que é o que nós buscamos”, destacou a secretária-adjunta.

Uma das principais preocupações do governo americano é garantir acesso à informação aos cubanos, ferramenta avaliada como necessária para que “eles tomem suas próprias decisões”, indicou Jacobson. Além disso, considerou como necessário melhorar as telecomunicações na ilha e ampliar o uso da internet.

“Nós podemos facilitar o acesso a essa informação, a uma melhor infraestrutura de telecomunicações. Temos que ver se o governo cubano está disposto a aceitar esse apoio”, afirmou.

As medidas que entraram em vigor no último dia 16 de janeiro, um “alívio” ao embargo, facilitam a entrada de equipes de telecomunicações na ilha. Porém, o governo cubano é quem decide como aproveitar a mudança.

“Espero que possamos manter no futuro próximo conversas específicas entre especialistas sobre como podemos avançar no tema das telecomunicações, que é muito importante para nós”, apontou a diplomata americana.

Apesar das “profundas divergências” entre as partes sobre direitos humanos, Jacobson destacou o interesse dos EUA em seguir discutindo de “maneira pública e direta” com o governo cubano sobre “liberdades e democracia”.

Em geral, a secretária-adjunta revelou que as governas mantidas nos últimos dois dias foram “um primeiro passo muito importantes” para iniciar a normalização das relações, interrompidas em 1961. EFE

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