EUA reconhecem no Congresso que natureza do governo cubano não mudou

  • Por Agencia EFE
  • 03/02/2015 16h52
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Washington, 3 fev (EFE).- O governo do presidente Barack Obama reconheceu nesta terça-feira ao Congresso dos Estados Unidos que “a natureza do governo cubano não mudou” em meio às conversas para uma aproximação com a ilha, mas ressaltou que o restabelecimento das relações é um “primeiro passo rumo à normalização” destas.

Durante a primeira audiência realizada do Legislativo americano sobre as negociações bilaterais, que acontece hoje no Senado, o subsecretário de Estado americano para Democracia, Direitos Humanos e Trabalho, Tom Malinowski, insistiu, no entanto, que é impossível não reconhecer também que o embargo a Cuba durante a última metade de século não ajudou a enfraquecer o regime cubano e não representou uma mudança positiva para a vida dos cidadãos.

Em relação à libertação dos 53 presos políticos cubanos, requisito indispensável imposto por Washington para continuar com as negociações, o subsecretário reconheceu que esse passo não representa uma mudança estrutural para os cubanos.

“Todos concordaram que a libertação destes presos políticos não muda em nada a vida em Cuba. O país continua sendo praticante do unipartidarismo que tenta controlar toda a atividade política, cultural e econômica. O governo continua vigiando tudo o que acontece, desde as praças de Havana até as reuniões independentes da sociedade civil nas províncias”, acrescentou.

Em seu discurso para os legisladores, Malinowski disse também que “nenhum” dos problemas que castigam Cuba “é culpa dos Estados Unidos”.

Contudo, como destacou a secretária-adjunta para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Roberta Jacobson, os novos passos dados já não permitirão que ninguém responsabilize Washington do que acontece em Havana.

Diante das duras perguntas do presidente da Subcomissão do Senado para a América Latina, o republicano Marco Rubio, e do senador democrata de origem cubana Robert Menendez, Roberta explicou que seu departamento não participou das negociações prévias ao anúncio que, no final do ano passado, as autoridades dos EUA e de Cuba fizeram para retomar as relações.

Em 17 de dezembro, Cuba e Estados Unidos anunciaram um acordo de aproximação, que, sob a direção do presidente Barack Obama, visa em última instância suspender o embargo à ilha. Apesar das ações executivas do governante, que já suavizaram algumas restrições nos âmbitos de viagens e comércio, a suspensão total do embargo depende da aprovação do Congresso dos EUA. EFE

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