EUA reconhecem “significativa” contribuição de Cuba na luta contra o ebola
Washington, 20 out (EFE).- Os Estados Unidos reconheceram nesta segunda-feira a “significativa” contribuição de Cuba na luta contra o ebola na África Ocidental, mas evitaram responder à oferta do ex-presidente cubano, Fidel Castro, de colaborar com o país para combater a doença.
“Reconhecemos e apreciamos esta contribuição (de Cuba)”, disse a porta-voz adjunta do Departamento de Estado, Marie Harf, em sua entrevista coletiva diária.
“O fato de que um país tão pequeno esteja proporcionando tantos recursos – mais que muitos outros países, francamente – representa uma contribuição significativa”, acrescentou Harf.
O presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciou hoje que outras duas brigadas sanitárias da ilha partirão amanhã com destino a Libéria e Guiné para colaborar na luta contra o ebola.
Harf lembrou que, na sexta-feira passada, o secretário de Estado americano, John Kerry, já havia elogiado a contribuição de Cuba à luta contra a epidemia.
“Já estamos vendo países grandes e pequenos contribuir de forma impressionante na primeira linha (do combate ao ebola). Cuba, um país de apenas 11 milhões de pessoas, enviou 165 profissionais, e planeja enviar quase 300 mais”, disse Kerry durante um discurso centrado na resposta ao ebola.
No entanto, Harf evitou dar uma resposta à oferta de Fidel Castro para colaborar com os EUA na luta contra o ebola.
“Cooperaremos com prazer com os americanos nessa tarefa”, escreveu o líder cubano hoje em artigo intitulado “A hora do dever”.
Fidel ainda disse que a decisão de enviar esses voluntários para “cumprir uma perigosa tarefa é inclusive mais dura que a de enviar soldados para o combate”.
“Todos compreendemos que ao cumprir esta tarefa com o máximo de preparação e eficiência estaremos protegendo nosso povo e os povos irmãos do Caribe e da América Latina, e evitando que (a epidemia) se alastre”, declarou o líder da revolução cubana.
Harf não descartou a possibilidade de uma conversa a respeito entre Estados Unidos e Cuba, que carecem de relações diplomáticas há mais de meio século, mas disse desconhecer se o governo americano está aberto a isso e pediu tempo para consultar os especialistas no tema no Departamento de Estado.
A organização Cuba Now, que defende uma flexibilização das relações entre Estados Unidos e Cuba, criticou pouco depois a “falta de clareza” na resposta do Departamento de Estado à oferta de Fidel.
“Com o crescente medo do ebola em casa, os Estados Unidos seriam muitos míopes se não deixarem de lado suas diferenças e darem as boas-vindas a Cuba como um aliado contra esta crise de saúde pública”, afirmou o diretor-executivo da Cuba Now, Ric Herrero, em comunicado. EFE
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