EUA rejeitam críticas de Netanyahu e mantêm condenação a assentamentos

  • Por Agencia EFE
  • 06/10/2014 23h43

Washington, 6 out (EFE).- A Casa Branca manteve nesta segunda-feira sua oposição ao projeto de Israel de autorizar a construção de novas colônias em um bairro palestino de Jerusalém e rejeitou que essa posição vá “contra os valores americanos”, como afirmou ontem o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, reagiu durante sua entrevista coletiva diária às críticas de Netanyahu em entrevista transmitida no domingo pela rede “CBS News”.

Netanyahu afirmou estar “perplexo” pelo tom crítico com o qual a Casa Branca reagiu na quarta-feira passada, no mesmo dia no qual ele se reunia com o presidente americano, Barack Obama, à decisão de construir 2.500 assentamentos judaicos em um bairro palestino em Jerusalém Oriental.

“É algo que vai contra os valores americanos. E não ajuda para a paz. A ideia de que tenhamos que ter uma purificação étnica como condição para a paz, acho que vai contra a paz”, opinou Netanyahu.

Earnest considerou hoje que é “estranho que (Netanyahu) tentasse defender as ações de seu governo dizendo que a resposta americana não reflete os valores americanos”.

“O fato é que a política americana se manteve clara e sem mudanças ao longo de várias administrações, tanto democratas como republicanas”, declarou o porta-voz de Obama.

“Nos opomos a qualquer ação unilateral que tente prejulgar os assuntos de status final, incluindo o status de Jerusalém. Estes só podem ser resolvidos de forma legítima através das negociações diretas entre as partes que este presidente (Obama) trabalhou duro para tentar facilitar”, acrescentou.

O porta-voz sugeriu que Netanyahu não parece apreciar que são precisamente “os valores americanos os que ditam ou, pelo menos, guiam” o “apoio inquebrantável” dos EUA “à nação de Israel”.

A condenação expressada na semana passada pela Casa Branca se referia à aprovação, por parte da prefeitura de Jerusalém, da edificação de 2.500 casas no bairro palestino de Beit Safafa, dentro de um projeto chamado Givat Hamatos, que, segundo ONGs israelenses, visa separar Jerusalém da cidade palestina de Belém.

“Essa ação vai contra o objetivo declarado por Israel de negociar um acordo de status permanente com os palestinos, e enviaria uma mensagem muito preocupante se seguisse adiante com a licitação ou a construção”, insistiu hoje Earnest.

Os Estados Unidos também lamentaram a entrada de um grupo de colonos judeus em um complexo de seis edifícios do bairro palestino de Silwan, vizinho à esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental. EFE

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